
Não é todo dia que a moda vira ponte entre o contemporâneo e as tradições mais enraizadas do sertão nordestino. Mas foi exatamente essa mistura que a Eric Land apresentou durante a emocionante festa em memória ao vaqueiro Raimundo Jacó, em Serrita (PE).
A marca, conhecida por suas criações que respiram identidade regional, desembarcou com uma jaqueta exclusiva — batizada de "Alma do Sertão" — que parece contar histórias só de olhar. Cada costura, cada detalhe em couro envelhecido, é um tributo à resistência dos vaqueiros que moldaram aquelas terras áridas.
Mais que uma peça de roupa
Quem viu de perto garante: não se trata de um simples casaco. Os bordados feitos à mão reproduzem cenas da vida no sertão, enquanto o forro traz até mesmo um mapa simbólico dos caminhos percorridos por Raimundo Jacó. "Parece que vestir isso é carregar um pedaço da nossa história", comentou um dos vaqueiros presentes, emocionado.
A festa, que já é tradição há décadas, ganhou um toque especial com o lançamento. Imagine só: o pôr-do-sol avermelhado do sertão como cenário, o cheiro de carne assada no ar, e aquela jaqueta sendo apresentada como se fosse um tesouro — porque, convenhamos, pra muita gente ali, era mesmo.
O legado que vira inspiração
Raimundo Jacó não foi um vaqueiro qualquer. Suas histórias — algumas tão incríveis que parecem lenda — ainda ecoam pelas estradas poeirentas de Serrita. Morreu jovem, num acidente durante uma vaquejada nos anos 80, mas virou símbolo da coragem e habilidade típicas desses homens do campo.
A Eric Land capturou essa essência com maestria. A jaqueta tem até um bolso secreto (onde os vaqueiros costumavam guardar pequenos pertences) e resistência à prova de intempéries — porque sertão não é pra moleque, como diriam os mais velhos.
Durante o evento, que misturou moda, cultura e tradição, vários jovens vaqueiros fizeram questão de experimentar a peça. "É como se o Jacó estivesse aqui", disse um deles, ajustando as mangas. E talvez estivesse mesmo, de alguma forma.