
Parece que o Centro Histórico de Curitiba está prestes a ganhar um respiro cultural importante. A prefeitura decidiu colocar a mão na massa — ou melhor, nos imóveis — para expandir o Espaço Cultural Museu da Fotografia. Três bares localizados bem ali, na Rua José Clemente, vão dar lugar a algo que, convenhamos, faz falta: mais cultura.
O Diário Oficial do Município publicou na segunda-feira (14) o decreto de desapropriação. A coisa é séria mesmo. Os estabelecimentos afetados ficam nos números 330, 334 e 338 daquela rua que já respira história. A justificativa? Ampliar em 400 metros quadrados o espaço dedicado à fotografia na cidade.
Não é só tirar foto, é ampliar horizonte
O que me chamou atenção foi o planejamento por trás disso tudo. A prefeitura não quer simplesmente derrubar paredes e pronto. A ideia é criar novas salas de exposição — porque uma cidade que se preze precisa mostrar seu acervo direito — e áreas de convivência. Imagina só: poder apreciar fotografias históricas e depois conversar sobre elas num ambiente agradável?
O processo de desapropriação segue todos os trâmites legais, é claro. Os proprietários vão receber indenização pelos imóveis, calculada com base em laudos técnicos. Nada de surpresas desagradáveis. A Fundação Cultural de Curitiba, que gere o museu, já deve estar com projetos na gaveta esperando essa ampliação.
O que significa para a cidade
Pensando bem, essa movimentação representa mais do que simples metros quadrados a mais. É um sinal claro de que a cultura importa — e muito — para o desenvolvimento urbano. O Centro Histórico, que já abriga tantas joias arquitetônicas, ganha mais um motivo para ser visitado.
Os bares, que certamente tinham seu valor afetivo para frequentadores, dão espaço para que a memória visual da cidade seja preservada e celebrada. É uma troca interessante, não? Aquele chopp depois do trabalho cede lugar a exposições que contam histórias de décadas.
O que mais me impressiona é o timing. Num momento em que muitas cidades cortam investimentos em cultura, Curitiba faz o movimento contrário. Aposta no potencial educativo e turístico de seu patrimônio fotográfico. Quem sabe não surge ali um ponto de encontro para fotógrafos amadores e profissionais?
Resta torcer para que as obras comecem logo e que a burocracia não atrapalhe muito. O centro da cidade merece essa injeção de vida cultural. E os curitibanos, é claro, também.