
Que momento, gente! A carioca Thalita Simplício simplesmente enterrou qualquer dúvida sobre quem manda nos 400 metros da classe T11. Em Kobe, no Japão, ela cruzou a linha de chegada com um tempo de 56s60 e garantiu seu quarto título mundial consecutivo. Quatro! Parece até brincadeira, mas é a pura realidade.
E olha que a prova foi daquelas de deixar o coração na boca. A espanhola Lorena Hompanera, que sempre dá trabalho, ficou com a prata em 57s22. Já a chinesa Zhou Guohua completou o pódio com 57s40. Mas a verdade é que Thalita mostrou quem é a dona da pista.
Uma rivalidade que virou história
Quem acompanha o paratletismo sabe: essa disputa com Lorena já virou clássico. E desta vez, a brasileira não deixou por menos. "É sempre uma honra correr contra ela", disse Thalita, com aquela humildade que só os grandes atletas têm. "Sabia que seria difícil, mas treinei tanto para este momento..."
O interessante é que essa vitória em Kobe tem um gosto especial. Ano passado, no Mundial de Paris, Thalita havia conquistado o ouro com 56s32. Agora, com 56s60, ela prova que a consistência é seu sobrenome.
O que significa essa classe T11?
Para quem não está familiarizado, a classe T11 é para atletas com deficiência visual total. Eles correm acompanhados de um guia - no caso de Thalita, o experiente Felipe Veloso. É uma sincronia que beira a perfeição, uma dança a mais de 40 km/h.
Felipe, aliás, merece um capítulo à parte. O cara é praticamente uma extensão da Thalita na pista. E pensar que eles só começaram a trabalhar juntos em 2022... parece que nasceram um para o outro.
O caminho até o tetra
- 2023 em Paris: ouro com 56s32 - já mostrando que veio para ficar
- 2022 em Marrakech: outra medalha de ouro no bolso
- 2019 em Dubai: onde tudo começou nessa sequência vitoriosa
- 2024 em Kobe: o tetra que consolida uma carreira brilhante
E o mais incrível? A mulher não para por aí. Além dos 400m, ela ainda vai competir nos 100m e 200m rasos. É ou não é para acabar com a concorrência?
O técnico Thiago Paulino deve estar lá nas nuvens. Em entrevista depois da prova, ele não disfarçava a emoção: "Thalita é daquelas atletas que aparecem uma vez a cada geração". E não é exagero - quantas pessoas no mundo podem dizer que são tetracampeãs mundiais consecutivas?
O que isso representa para o esporte brasileiro?
Para ser sincero, às vezes sinto que não damos o devido valor a essas conquistas. Enquanto alguns só falam de futebol, nossas paratletas estão aí, quebrando recordes e fazendo história. Thalita, com apenas 29 anos, já construiu um legado que poucos alcançariem em três vidas.
E pensar que ela começou no atletismo em 2015... em nove anos, quatro títulos mundiais. Alguém duvida que vem mais por aí?
Os Jogos Paralímpicos de Paris estão aí na esquina, e se depender da determinação de Thalita, o Brasil pode esperar por mais alegrias. Ela mesma disse: "Cada vitória me motiva a treinar mais forte". E olha que ela já treina como ninguém...
No final das contas, o que Thalita Simplício está mostrando ao mundo vai além do esporte. É sobre superação, sobre não aceitar limites impostos, sobre escrever sua própria história a cada passada. E que história, minha gente!