Imagine só: você está no topo, com títulos no bolso e adorado pela torcida, mas algo dentro diz que talvez seja hora de partir. Foi exatamente assim que Abel Ferreira se sentiu no ano passado — e quase tomou uma decisão que mudaria tudo.
Numa conversa franca, o comandante português revelou que esteve a um passo de deixar o Palmeiras. "Tinha aquela vontade de experimentar novos ares, sabe como é?", confessou, com aquele sotaque que os palmeirenses já adotaram como próprio.
O peso da camisa... e do coração
O que segurou o técnico? Duas palavras simples que pesam mais que qualquer contrato: família e identificação. Enquanto ajustava os óculos — marca registrada —, Abel soltou: "Meus filhos chegaram falando com sotaque brasileiro. Minha mulher se adaptou. A gente criou raízes aqui."
Não foi uma decisão fácil. Longe disso. O técnico admitiu que passou noites em claro, virando de um lado para outro na cama. "Às três da manhã você pensa besteira", brincou, mostrando que até os grandes técnicos têm suas humanidades.
Os números que falam por si
- 2 Libertadores (2020 e 2021)
- 1 Copa do Brasil (2020)
- 2 Paulistas (2022 e 2023)
- 1 Recopa Sul-Americana (2022)
Com esse currículo, qualquer clube do mundo bateria à porta. Mas o coração — e o conselho da família — falou mais alto. "Quando você é jovem, pensa só na carreira. Com o tempo, aprende que há coisas que dinheiro nenhum compra", filosofou.
E os palmeirenses? Podem agradecer aos filhos de Abel por convencerem o pai a ficar. Quem diria que crianças seriam as verdadeiras artilheiras do Verdão?
