Tênis brasileiro celebra coragem: atleta se assume gay e vira símbolo de inclusão no esporte
Tenista brasileiro se assume gay e vira símbolo no esporte

O mundo do tênis brasileiro nunca mais será o mesmo depois dessa quinta-feira. Num gesto que mistura coragem e vulnerabilidade — duas qualidades raramente celebradas no meio esportivo —, um atleta de elite decidiu riscar de vez a linha invisível que separa a vida pessoal da carreira profissional.

Não foi fácil. Nunca é. Mas quando a raquete caiu no chão durante o último torneio, algo maior que um jogo estava em disputa: o direito de ser quem é, sem máscaras ou roteiros ensaiados.

Um silêncio que ecoou mais que qualquer aplauso

Você já percebeu como certos momentos de quietude conseguem falar mais alto que discursos? Pois foi exatamente isso que aconteceu quando o atleta — cujo nome estamos preservando a pedido dele, pelo menos por enquanto — olhou nos olhos da equipe e disse, sem rodeios: "Chega de fingir".

O vestiário, normalmente barulhento com conversas sobre estratégias e resultados, ficou em silêncio. Do tipo que dói nos ouvidos. Até que o técnico, um homem da velha guarda com mais medalhas que cabelos grisalhos, deu o primeiro abraço. "Só quero que você seja feliz", resumiu, em três palavras o que deveria ser óbvio há décadas.

O peso (e a leveza) da verdade

Não pense que foi um caminho de rosas — ou de bolas amarelas, no caso. O atleta contou, em entrevista exclusiva, sobre os anos de "dupla jornada": treinos exaustivos de dia, noites gastas criando histórias fictícias para justificar a ausência em eventos sociais. "Cheguei a marcar encontros com atrizes só para as fotos aparecerem nos sites", admitiu, com um sorriso que não escondia a amargura da memória.

Mas e agora? O que muda? Tudo e nada. O saque continua sendo seu ponto forte, o backhand precisa de ajustes, e o ranking? Bom, o ranking é só um número. O que realmente importa é que, pela primeira vez, ele pode errar, acertar, suar e chorar sendo exatamente quem é.

O efeito dominó que ninguém esperava

Quem diria que uma simples declaração — três palavrinhas, nada mais — poderia causar tanto rebuliço nos bastidores do esporte? Desde o anúncio, outros quatro atletas de categorias de base procuraram o veterano para contar suas próprias histórias. "Parece que eu abri uma porta que todo mundo sabia que existia, mas ninguém tinha coragem de tocar", reflete.

E os patrocinadores? Ah, essa é a melhor parte. Ao invés do temido "esfriamento" das marcas — como aconteceu com tantos outros —, duas empresas de primeiro time já entraram em contato para propor novas campanhas. "Diversidade vende, mas sinceridade vende mais", comentou um executivo do mercado, sob condição de anonimato.

Enquanto isso, nas quadras, algo mágico acontece: os adversários agora olham nos olhos dele de maneira diferente. Não é pena, não é estranhamento — é respeito. Do tipo que não se compra com troféus ou rankings.