Em um marco histórico para a literatura brasileira, a Festa Literária das Periferias (FLUP) anunciou sua primeira homenageada em vida: a consagrada escritora mineira Conceição Evaristo. A decisão inédita celebra não apenas a excelência literária, mas também o profundo impacto social da obra da autora.
Uma trajetória de resistência e representatividade
Nascida em Belo Horizonte e criada numa favela da zona sul da cidade, Conceição Evaristo construiu uma carreira literária que se tornou símbolo de resistência e empoderamento. Sua escrita, marcada pela força da voz negra e feminina, atravessou fronteiras e conquistou leitores em todo o mundo.
Aos 77 anos, a autora de obras fundamentais como "Ponciá Vicêncio" e "Becos da Memória" vê seu legado ser reconhecido de forma pioneira pela principal festa literária das periferias do Rio de Janeiro.
O significado da homenagem
A FLUP, que tradicionalmente homenageia personalidades falecidas, quebra paradigmas ao celebrar uma artista ainda em plena atividade criativa. A escolha representa um reconhecimento urgente e necessário para uma escritora que dedicou sua vida a dar voz aos invisibilizados.
"É sobre ver reconhecido em vida o trabalho de uma mulher que transformou a literatura brasileira", destacam os organizadores do evento.
Um legado que inspira gerações
Conceição Evaristo não é apenas uma escritora - é um fenômeno cultural e social. Sua trajetória inspira milhares de jovens escritores periféricos, mostrando que as narrativas das margens podem ocupar espaços centrais.
- Doutora em Literatura Comparada pela UFF
- Autora de obras traduzidas para múltiplos idiomas
- Referência nos estudos sobre literatura negra brasileira
- Patrona de inúmeros saraus e coletivos literários
O que esperar da FLUP 2025
A edição de 2025 da festa literária promete ser especial, com programação dedicada a explorar a riqueza da obra evaristiana. Espera-se que o evento mobilize admiradores da autora de todo o país, consolidando ainda mais seu lugar no panteão da literatura nacional.
Esta homenagem histórica não apenas celebra Conceição Evaristo, mas sinaliza uma mudança significativa na forma como o meio literário brasileiro reconhece e valoriza seus artistas ainda em atividade.
