
Que momento histórico para as letras brasileiras! A Universidade Federal de Minas Gerais, uma das mais tradicionais do país, concedeu nesta segunda-feira um daqueles reconhecimentos que ficam marcados na memória cultural da nação.
Conceição Evaristo — ah, essa mulher que tanto nos ensinou sobre resistência através da palavra — recebeu das mãos do reitor Sandra Regina Goulart Almeida o título de Doutora Honoris Causa. E olha, não foi só mais uma cerimônia formal não. Tinha algo no ar, uma energia diferente, como se todos presentes soubessem que estavam testemunhando algo realmente especial.
Uma Trajetória Que Inspira Gerações
Nascida numa comunidade pobre de Belo Horizonte, Conceição começou sua vida profissional como empregada doméstica. Dá pra acreditar? Daí para se tornar uma das vozes mais importantes da literatura contemporânea brasileira — é de emocionar, sinceramente. Ela mesma costuma dizer que sua escrita é "escrevivência", misturando arte e realidade de um jeito que só quem viveu na pele sabe fazer.
Durante o emocionado discurso — e olha, havia lágrimas nos olhos de muita gente na plateia — a escritora fez questão de destacar: "Esse título não é só meu. Ele pertence a todas as mulheres negras que lutam por espaço nesse país ainda tão desigual". Palavras que ecoaram forte no auditório lotado.
O Reconhecimento Que Vem na Hora Certa
O que me faz pensar: por que demorou tanto? Uma escritora da grandeza de Conceição Evaristo, com obras estudadas até fora do Brasil, merecia esse reconhecimento há tempos. Mas como diz o ditado, melhor tarde do que nunca. A UFMG acertou em cheio com essa homenagem.
Sua obra — marcada por romances como "Ponciá Vicêncio" e "Becos da Memória" — dá voz aos invisibilizados de uma forma tão potente que chega a doer. E é essa dor necessária, essa verdade crua, que transforma sua literatura em algo tão especial.
Um Marco na História da Universidade
A reitora Sandra Almeida não economizou elogios: "Conceição representa a luta contra todas as formas de opressão. Sua vida e obra nos ensinam que é possível transformar dor em arte, silêncio em voz, exclusão em representação". Disse tudo, não?
E tem mais: a cerimônia contou com apresentações culturais que homenagearam a cultura afro-brasileira, mostrando que a universidade entendeu a importância de ir além do protocolo. Foi uma celebração de verdade, cheia de significado e — por que não dizer? — de poesia.
Agora é torcer para que esse reconhecimento inspire outras instituições a valorizarem nossas grandes figuras culturais. Porque o Brasil tem muita gente talentosa que merece ser celebrada em vida. E Conceição Evaristo é, sem dúvida, uma delas.