Constituinte Propõe Revolução Cultural: Brasil Abandona Modelo Europeu para Adotar Raízes Afro-Indígenas
Brasil pode abandonar modelo europeu por raízes afro-indígenas

Parece que finalmente estamos prestes a virar essa página mal escrita da nossa história. A exposição "Constituinte do Brasil: Possível" chegou à capital federal com uma proposta que é, no mínimo, revolucionária: jogar no lixo aquela velha inspiração europeia e abraçar de vez nossa lógica afro-indígena.

Não é sobre negar influências, claro. Mas sim sobre questionar por que cargas d'água insistimos em nos espelhar em modelos que nunca couberam direito no nosso território. A mostra, instalada no Museu Nacional da República, provoca justamente isso - e como provoca!

Um Brasil que Poucos Conhecem

Caminhar pela exposição é como encontrar pedaços de um quebra-cabeça que sempre soubemos estar incompleto. As peças, todas elas, falam de um país diferente daquele dos livros didáticos. Um país onde o saber ancestral não é curiosidade folclórica, mas base constitutiva.

Organizada pelo coletivo A Casa Arquitetura, a iniciativa reúne nada menos que 42 trabalhos de artistas, pesquisadores e pensadores de todo o país. E olha, não são trabalhos bonitinhos para decorar parede - são provocações em forma de arte.

Matrizes que (Quase) Esquecemos

O curador Gustavo Minas não usa meias-palavras: "Precisamos substituir a lógica europeia pela afro-indígena". Soa radical? Talvez. Mas depois de ver como tudo foi montado, você começa a entender que radical talvez seja continuar insistindo no mesmo erro histórico.

As instalações mostram desde padrões geométricos de povos originários até sistemas organizacionais de comunidades quilombolas. Coisas que, pasmem, funcionam há séculos enquanto importamos soluções que nunca se adaptaram direito ao nosso jeito de ser.

Mais que Arte: Um Projeto de País

O que me pegou mesmo foi perceber que não se trata de uma nostalgia romântica do passado. É algo muito mais concreto - uma proposta de futuro. Como reorganizar nossas cidades? Como repensar a educação? Como reconstruir até nossa relação com a natureza?

Tudo isso está lá, embutido nas obras que ocupam o museu. E o timing não poderia ser mais perfeito, com toda a discussão constituinte rolando solta por aí.

Até 28 de setembro, brasilienses e visitantes têm a chance de mergulhar nesse Brasil possível. Um Brasil que talvez sempre tenha estado aqui, escondido sob camadas e mais camadas de importações culturais mal digeridas.

Quem sabe, finalmente, estamos prontos para nos reconhecer no espelho que nós mesmos criamos - e não naquele que nos enfiaram goela abaixo.