O jornalista e escritor Luis Osete conquistou um dos maiores reconhecimentos da literatura nacional ao vencer o Prêmio Jabuti 2025 na categoria Reportagem com sua obra 'Maracujá Interrompida'. Em entrevista exclusiva, o autor revelou os bastidores da criação deste trabalho que já nasce como referência no jornalismo literário brasileiro.
Uma história que precisava ser contada
O livro, que levou três anos para ser concluído, mergulha nas complexas relações sociais e econômicas do sertão pernambucano, especificamente na região de Petrolina. 'Maracujá Interrompida' não é apenas um relato jornalístico, mas uma narrativa profundamente humana sobre desenvolvimento, conflitos e esperanças no semiárido nordestino.
"Escrever este livro foi um processo de descoberta constante", revela Osete. "Cada entrevista, cada visita às comunidades rurais me mostrou histórias que precisavam ser compartilhadas com o Brasil."
O significado do título
O título intrigante - Maracujá Interrompida - carrega um simbolismo profundo. O autor explica que a fruta representa o potencial interrompido do sertão, onde projetos de desenvolvimento frequentemente são abandonados ou não alcançam seu pleno potencial.
"O maracujá é uma cultura que poderia transformar a vida de muitas famílias, mas enfrenta tantos obstáculos que seu ciclo acaba sendo interrompido", analisa o jornalista. "Esta metáfora se aplica a diversas realidades que encontrei durante minha pesquisa."
O reconhecimento do Jabuti
A conquista do Prêmio Jabuti, considerado o Oscar da literatura brasileira, representa não apenas o reconhecimento do trabalho de Osete, mas também coloca o jornalismo literário produzido fora dos grandes centros em destaque.
"Este prêmio é uma vitória de todos que acreditam que grandes histórias podem e devem ser contadas a partir do interior do Brasil", emociona-se o autor.
Impacto na região
A obra já começa a influenciar o cenário cultural e educacional de Petrolina e região. Escolas locais estão incorporando o livro em seus planos de aula, e debates sobre os temas abordados na obra estão se multiplicando.
Luis Osete finaliza com um convite: "Espero que 'Maracujá Interrompida' inspire novos escritores e jornalistas a olharem para suas próprias realidades com curiosidade e compromisso. Todo lugar tem histórias que merecem ser contadas."
