A 35ª Bienal de São Paulo, um dos eventos mais aguardados do cenário artístico brasileiro, perdeu uma de suas participantes de destaque. A princesa belga Marie-Esméralda, que também é documentarista e jornalista, cancelou sua presença no evento após ser alvo de críticas e questionamentos sobre sua participação.
Controvérsia histórica pesa na decisão
O principal motivo para o cancelamento está relacionado às críticas que a princesa recebeu por representar a monarquia belga, instituição marcada por um passado colonial controverso, especialmente no Congo. Artistas e coletivos ligados ao movimento antirracista questionaram a participação de uma representante desta instituição em um evento que tem como tema "Ciclos de destruição e co-criação".
Posicionamento da organização
A Fundação Bienal de São Paulo emitiu uma nota oficial confirmando o cancelamento e respeitando a decisão da princesa. No comunicado, a instituição destacou seu compromisso com a diversidade de vozes e perspectivas, mas também reconheceu a legitimidade dos questionamentos levantados pela comunidade artística.
Quem é Marie-Esméralda?
Marie-Esméralda da Bélgica, de 67 anos, é mais do que uma princesa - ela construiu uma carreira como jornalista, documentarista e escritora. Filha do rei Leopoldo III, ela sempre se posicionou como ativista ambiental e defensora dos direitos das mulheres. No entanto, seu trabalho como artista não foi suficiente para afastar as críticas sobre seu legado familiar.
O debate que divide opiniões
O caso reacendeu discussões importantes no mundo das artes:
- Até que ponto o passado histórico de um artista deve influenciar sua participação em eventos culturais?
- Como equilibrar a liberdade artística com a responsabilidade social?
- Qual o papel das instituições culturais em mediar esses conflitos?
Este episódio demonstra como as discussões sobre representatividade, legado colonial e responsabilidade histórica continuam moldando o cenário cultural contemporâneo, mesmo em eventos de grande prestígio como a Bienal de São Paulo.