
Que notícia emocionante para o jornalismo brasileiro! Daniela Arbex, aquela repórter mineira que já nos acostumou com narrativas que cutucam a alma, está de volta aos holofotes — e dessa vez com uma indicação que é praticamente um Oscar das letras nacionais.
O Prêmio Jabuti, gente, aquele que todo escritor brasileiro sonha em ter na estante, acaba de incluí-la entre seus finalistas na categoria Reportagem e Documentário. E olha o tema: uma obra que escancara os detalhes mais cruéis — e humanos — da tragédia que consumiu o Ninho do Urubu em 2019.
Mais do que fogo, uma história de vidas interrompidas
O livro dela não é simplesmente um relato jornalístico. Longe disso. Daniela mergulhou fundo naqueles dias que pararam o Rio de Janeiro e, quem lembra, sabe que parou o Brasil inteiro. O incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo não foi apenas uma chama que consumiu instalações — devorou sonhos, cortou histórias pela metade, deixou marcas que o tempo não apaga.
Ela consegue fazer algo raro: transformar estatísticas em pessoas. Os dez adolescentes que perderam a vida naquele fevereiro ganham voz, rostos, histórias. A narrativa vai além do fato noticioso — é um tributo, uma investigação social, um grito de alerta.
O reconhecimento de uma carreira extraordinária
Para quem acompanha o trabalho de Daniela, essa indicação soa quase como consequência. A mulher já tinha dois Jabutis na bagagem — um deles pela obra-prima "O Evangelho Segundo Hitler" — mas cada nova indicação prova que o jornalismo literário de qualidade ainda encontra espaço.
O que me impressiona, particularmente, é como ela mantém essa constância na excelência. São mais de vinte anos na estrada, sempre com aquele olhar apurado para as tragédias que, no fundo, revelam tanto sobre nossa sociedade.
Um prêmio que reflete o momento do mercado editorial
O Jabuti 2025 recebeu nada menos que 2.700 inscrições — um número que dá vertigem. Competir nesse mar de talentos e chegar à final é como ganhar na loteria literária. A cerimônia de premiação, aliás, promete ser daquelas para ficar na memória: 27 de novembro, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo.
Enquanto isso, Daniela continua sua trajetória de sucesso. Além do trabalho na Tribuna de Minas, em Juiz de Fora, ela comanda a própria produtora e coleciona prêmios nacionais e internacionais. Parece que tudo o que ela toca vira ouro — ou melhor, vira história.
O que essa indicação nos mostra? Que as boas narrativas, aquelas que nos fazem sentir na pele a dor do outro, ainda têm poder. Que o jornalismo bem feito, com profundidade e sensibilidade, continua necessário. E que Daniela Arbex, mineira de Juiz de Fora, segue escrevendo — literalmente — sua própria história de sucesso.