
Quem nunca se pegou diante de uma obra de Warhol, achando aquelas latas de sopa Campbell's tão... óbvias? Pois é, meu caro. O que poucos sabem é que por trás daquele ar distante e da peruca prateada, se escondia um ser humano cheio de arestas — e como!
Nascido Andrew Warhola em 1928, na Pittsburgh operária, o artista carregava desde cedo marcas profundas. Filho de imigrantes eslovacos, teve uma infância marcada por doenças — a coreia de Sydenham o deixou acamado por meses. Foi aí que começou seu caso de amor com as celebridades: colecionava fotos de estrelas como se fossem relíquias sagradas.
Nova York: o palco e o vício
Ah, Nova York dos anos 60! A cidade respirava revolução cultural, e Warhol mergulhou de cabeça — quando não estava mergulhado em anfetaminas, claro. Sua Factory virou ponto de encontro de artistas, drag queens e marginais. Um caldeirão criativo, sim, mas também um antro de excessos.
"Ele era um paradoxo ambulante", contou certa vez um de seus assistentes. "Podia passar horas falando sobre a banalidade da fama, mas adorava ser reconhecido."
O tiro que mudou tudo
1968. Um ano que marcaria o artista para sempre. Valerie Solanas, uma feminista radical e aspirante a escritora, disparou três tiros contra Warhol. Ele sobreviveu por um triz — literalmente. Mas será que alguma parte dele morreu naquele dia?
Depois do atentado, o rei da pop art se tornou ainda mais recluso. As festas continuaram, mas com um clima diferente. Como dizia um frequentador da Factory: "Era como se todos estivéssemos dançando num velório".
O legado: genial ou superestimado?
Opiniões dividem-se como cores numa tela expressionista. Para uns, Warhol anteviu nossa obsessão por celebridades e consumo. Para outros, foi apenas um oportunista talentoso. Uma coisa é certa: ele sabia como ninguém transformar o ordinário em extraordinário.
Seu último grande ato? Morrer em 1987, após complicações numa cirurgia de vesícula biliar. Ironicamente banal para quem fez da banalidade sua arte.
No fim das contas, Warhol nos deixou um questionamento: até que ponto o artista deve se confundir com a obra? Ou seria essa confusão justamente o que faz a arte pulsar?