
Numa daquelas histórias que fazem a gente acreditar no ser humano de novo, um grupo de vizinhos em Campinas decidiu botar a mão na massa — literalmente. A dona Maria, uma senhora de 72 anos que vivia num barraco de madeira improvisado, ganhou uma casa de verdade, tijolo por tijolo, construída pelas mãos da comunidade.
Não foi um projeto de governo, nem de ONG. Começou com um bate-papo na calçada, virou vaquinha no WhatsApp e, em menos de dois meses, virou realidade. "A gente via ela lá, no tempo quente ou no frio, e não dava mais pra ficar só com pena", contou o pedreiro Eduardo, um dos líderes da ação.
Da indignação à ação
O caso veio à tona quando uma assistente social passou pelo local e alertou os moradores sobre a situação crítica. A casa — se é que podia ser chamada assim — não tinha piso, a porta não fechava direito e o telhado deixava entrar água quando chovia.
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O que impressiona é a velocidade. Enquanto a burocracia roda em círculos, o povo resolve na hora. Até criança ajudou, carregando tijolo nos carrinhos de brinquedo.
"Mais que uma casa, um recomeço"
Quando perguntei pra dona Maria o que ela achou da nova moradia, ela ficou uns bons 30 segundos em silêncio antes de responder. "Parece que voltei a ser gente", disse, com aquela voz que treme de emoção. A casa tem dois cômodos, piso de cerâmica e até uma varandinha — luxo pra quem dormia no chão de terra batida.
O caso tá virando exemplo na região. A prefeitura, que nem sabia da situação, agora diz que vai "analisar o caso". Enquanto isso, os vizinhos já planejam ajudar outra família carente no fim da rua. Solidariedade, quando começa, não tem como parar.