
A atriz espanhola Karla Sofía Gascón, conhecida por seu papel no aclamado filme La Mami, foi surpreendentemente excluída da lista de convidados para votar no Oscar deste ano. A decisão gerou polêmica e levantou questionamentos sobre a inclusão de artistas transgêneros na indústria cinematográfica.
Gascón, que fez história como a primeira atriz trans a vencer o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, era considerada uma forte candidata a receber o convite da Academia. Sua ausência na lista divulgada nesta semana chamou a atenção de críticos e colegas de profissão.
Reações da indústria
Vários nomes importantes do cinema internacional manifestaram surpresa com a omissão. Pedro Almodóvar, diretor que já trabalhou com Gascón, classificou a decisão como "um retrocesso nos esforços de diversidade que a Academia tanto prega".
Por outro lado, fontes próximas à organização do Oscar afirmam que a seleção segue critérios técnicos e que a ausência de Gascón não reflete nenhum tipo de discriminação. "A lista é composta por profissionais ativos na indústria no último ano, com contribuições comprovadas", disse um representante que preferiu não se identificar.
Contexto histórico
Nos últimos anos, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas vem sendo pressionada a aumentar a diversidade entre seus membros votantes. Após a campanha #OscarsSoWhite em 2015, a instituição prometeu mudanças significativas na composição de seu quadro.
"É contraditório ver essa exclusão justamente quando celebramos os 5 anos do novo código de conduta da Academia que prega inclusão", comentou a ativista LGBTQIA+ Maria Clara Spinelli em suas redes sociais.
A polêmica acontece às vésperas da 96ª edição do Oscar, marcada para 10 de março de 2025 no Dolby Theatre em Los Angeles. Enquanto isso, fãs e colegas de Gascón continuam pressionando por uma explicação oficial da Academia.