Springsteen em Cannes: Cantor Alerta Sobre Época Perigosa em Estreia do Novo Filme
Springsteen alerta sobre época perigosa em Cannes

O cenário era glamouroso, como sempre é no Festival de Cannes — tapete vermelho, flashes, celebridades. Mas o tom que Bruce Springsteen trouxe praquele domingo (28) foi qualquer coisa menos festivo. O homem que há décadas canta sobre trabalhadores, estradas e sonhos americanos resolveu falar sobre os perigos do nosso tempo atual.

E olha, ele não veio com meias palavras. "A gente vive numa época perigosa", disparou o Boss, como é carinhosamente chamado. A declaração veio durante a entrevista coletiva do filme Salve-me do Desconhecido, que marca sua estreia como ator principal num longa-metragem.

Um rockeiro em terras francesas

Springsteen, com seus 75 anos — acredita? — parecia completamente à vontade no meio do frisson cinematográfico. Aquele jeito descontraído, sabe? Como se estivesse num bar de Nova Jersey em vez do palco internacional de Cannes.

O filme em si já é uma surpresa. Dirigido pelo mexicano Michel Franco, Salve-me do Desconhecido mostra o cantor como um motoqueiro que cruza os Estados Unidos. A trama escorre pra um território sombrio quando ele encontra uma jovem fugindo de uma comunidade religiosa — daí o título, né?

Mais do que entretenimento

O que chama atenção — e muito — é como Springsteen conectou sua atuação no filme com uma reflexão pesada sobre o mundo atual. Ele não falou só da história do longa, mas do contexto maior em que todos estamos inseridos.

"É assustador, de verdade", comentou sobre os tempos atuais. E não era aquela fala ensaiada, de roteiro. Dava pra ver nos olhos dele uma preocupação genuína, daquelas que a gente sente quando para pra pensar no rumo das coisas.

Da estrada para as telas

A transição de astro do rock para ator principal poderia soar estranha, mas Springsteen parece ter encontrado seu ritmo. Ele mesmo admitiu que se identificou com o personagem — um andarilho solitário pelas estradas americanas.

"Há muito de mim nesse personagem", confessou. E faz sentido, né? Quem já viu seus shows sabe daquela energia de estrada, de viagem, de buscar algo no horizonte.

Mas a grande viagem aqui talvez seja interna. O filme promete explorar temas espinhosos — fanatismo religioso, solidão, redenção. Coisas que, vamos combinar, estão mais atuais do que nunca.

Um alerta em forma de arte

O que fica da fala de Springsteen é aquela sensação de que o artista enxerga algo que muitos tentam ignorar. Não é sobre ser pessimista — é sobre estar acordado pro que tá rolando por aí.

Ele, que sempre cantou sobre as lutas do cidadão comum, agora usa o cinema pra continuar essa conversa. E que conversa necessária, meu Deus.

Enquanto isso, em Cannes, o mundo da cultura absorve mais esse capítulo na carreira multifacetada do Boss. Resta saber se o público vai captar a mensagem por trás do entretenimento.

Uma coisa é certa: Springsteen continua relevante, décadas depois de ter começado. E talvez seja exatamente por isso que seu alerta sobre "tempos perigosos" ecoa com tanta força.