
Imagine a cena: uma oferta tentadora de R$ 200 mil balançando na sua frente. Uma quantia que resolveria muita coisa, não é mesmo? Pois é exatamente isso que Igor Caverna, o cérebro por trás do aclamado perfil 'Tá Na História', deixou passar. E a razão? Algo que vai muito além do dinheiro.
O professor, com uma calma que quase chega a ser desconcertante, revelou que um influenciador digital – desses que vivem de aparências – tentou comprar seu perfil. Sim, comprar! Como se conhecimento histórico fosse uma mercadoria qualquer nas prateleiras de um mercado.
Não é só um perfil, é uma missão
O que esse tal influenciador não entendeu – e muita gente por aí também não – é que o 'Tá Na História' não é apenas um amontoado de posts. É um projeto de educação. "Ele não entende que aqui é uma missão", disparou Caverna, com a convicção de quem sabe o valor real do seu trabalho.
O negócio era simples: o influenciador queria o perfil para transformá-lo num canal de venda de produtos.ursos de grife, relógios caros, quem sabe até um suplemento milagroso. Tudo menos história, claro. Uma ideia que, nas palavras do próprio Igor, soou como um verdadeiro "demérito ao trabalho sério".
A desconexão das redes
E aqui a gente chega num ponto crucial que o caso expõe. Existe um abismo – um verdadeiro canyon – entre quem produz conteúdo com relevância e quem apenas busca likes rápidos e vendas fáceis. O professor gaúcho, com mais de 740 mil seguidores, crava: "Ele acha que o perfil vale pelo número de seguidores, e não pelo conteúdo."
E não para por aí. A conversa foi surreal. O comprador em potencial ainda teve a cara de pau de questionar o valor pedido, sugerindo que pagaria mais se o perfil tivesse um milhão de seguidores. Como se o mérito intelectual pudesse ser medido por uma métrica tão vazia.
Igor, é claro, mandou uma resposta na medida. Educada, mas firme. Um "não" redondo que ecoa como um grito de resistência num mar de superficialidade.
O recado que ficou
No final das contas, essa história toda vai muito além de uma simples recusa comercial. É um manifesto não escrito. Uma declaração de que alguns valores simplesmente não têm preço. Que o conhecimento não está – e não deve estar – à venda para o primeiro lance.
Enquanto muitos correriam atrás do cheque gordo, Igor Caverna escolheu proteger a integridade do seu trabalho. Preferiu continuar ensinando história para quase um milhão de pessoas, do seu jeito, com sua voz. E isso, convenhamos, é uma lição de história em si mesmo. Daquelas que a gente não esquece.