
Quem diria que o mesmo cara que faz a galera dançar com "Titi Me Preguntó" também seria capaz de balançar as estruturas do debate político? Bad Bunny, o fenômeno do reggaeton, tá longe de ser só mais um rostinho bonito na música. O porto-riquenho virou, sem querer querendo, o novo ícone da resistência da ilha contra as políticas de Donald Trump.
E não foi de um dia pro outro. Desde 2017, quando o furacão Maria devastou Porto Rico, o artista começou a usar sua voz pra algo além dos hits. Enquanto Trump jogava papel toalha pra uma multidão (sim, isso aconteceu), Bad Bunny tirava a camisa pra ajudar nos abrigos. Aí você pensa: "Pô, mas o que um cantor pode fazer contra o governo mais poderoso do mundo?".
Da música para a política: um salto inesperado
O que começou com doações discretas virou discurso inflamado. Em 2020, durante os protestos em Porto Rico, ele não só participou como botou a boca no trombone. "Respeitem Porto Rico!", gritou no palco, transformando shows em palanques. E olha que ele nem gosta de política — ou pelo menos dizia não gostar.
Mas e aí, será que um artista tem mesmo esse poder? Bom, quando você junta 50 milhões de ouvintes no Spotify com uma causa, a coisa pega fogo. Enquanto isso, Trump seguia chamando a ilha de "lugar sujo e corrupto". Bad Bunny respondeu à altura: "El Apagón", música que virou hino, critica diretamente o tratamento dos EUA ao território.
O preço de se meter com o Tio Sam
Não foi sem consequências. Rumores dizem que o artista teve problemas com vistos e até ameaças veladas. "Eles pensam que porque somos uma colônia, temos que ficar quietos", disparou em entrevista. E não parou por aí: no clipe de "El Apagón", cenas reais de protestos se misturam com imagens de Trump sendo vaiado.
O mais curioso? Enquanto a Casa Branca tentava diminuir Porto Rico, Bad Bunny colocou o espanhol porto-riquenho no topo das paradas globais. Ironia ou vingança? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: quando a história for contada, o nome dele estará lá — não só como rei do reggaeton, mas como a voz que ousou desafiar um presidente.