
Quem passa por Santos, no litoral paulista, nem imagina os debates fervorosos que rolam nos bastidores da arquitetura local. E olha que a coisa tá longe de ser só sobre prédios bonitos — é uma mistura de tradição, inovação e aquela pitada de "como resolver isso agora?".
Leandra Ferreira, arquiteta que já virou referência na região, soltou o verbo em uma entrevista recente. E não foi com aqueles jargões técnicos que só entendem no meio. Ela trouxe pra mesa os dilemas reais que fazem os profissionais da área perderem o sono.
O que tá pegando na arquitetura santista?
Primeiro, tem aquela briga eterna: como preservar o charme histórico da cidade sem ficar parado no tempo? Santos tem dessas — de um lado, construções centenárias que contam histórias; do outro, a necessidade urgente de espaços mais funcionais. "É como equilibrar num pé só", brinca Leandra, antes de ficar séria: "Mas a gente tá conseguindo, viu?".
Entre os projetos que mais empolgam, ela cita:
- Adaptações criativas de imóveis antigos (aquela velha fábrica que virou coworking? Obra dela!)
- Uso de materiais que respeitam o clima úmido da região — porque ninguém merece mofo, né?
- Integração cada vez maior com áreas verdes, mesmo nos projetos mais urbanos
E os desafios? Ah, tem de monte...
Se tem uma coisa que deixa Leandra com os cabelos em pé — e olha que ela sempre aparece impecável — é a burocracia. "Às vezes a gente tem a solução na ponta do lápis, mas esbarra em regulamentações da década passada", desabafa. Mas nem tudo são espinhos: ela vibra com a nova geração de arquitetos que chega cheia de ideias (e paciência) pra mudar o jogo.
Outro ponto quente? A pressão imobiliária. Com o boom de construções na região, como garantir que Santos não vire só mais uma cidade de torres espelhadas? "Tem que ter coragem pra dizer 'não' quando o projeto não conversa com a identidade local", crava a arquiteta, conhecida por bater o pé quando preciso.
E pra quem acha que arquitetura é só sobre concreto e plantas baixas, Leandra manda o recado: "É sobre gente. Sobre como as pessoas vivem, respiram e se emocionam nos espaços que criamos". Dá pra discordar? Difícil.