2025: Ano de resgates inusitados de animais na Zona da Mata e Vertentes
Resgates inusitados de animais marcam 2025 na região

O ano de 2025 ficou marcado por uma série de ocorrências envolvendo o mundo animal na região da Zona da Mata e Campo das Vertentes de Minas Gerais. Militares do Corpo de Bombeiros e protetores independentes foram acionados para situações de grande complexidade e inusitadas, que vão desde um gatinho preso em um cano por quase um dia até uma vaca buscando refúgio do calor em uma piscina.

Do calor à altura: os resgates mais curiosos

Logo no início do ano, em Guarani, uma vaca da raça garrotinha decidiu tomar um banho inesperado. Em um dia em que os termômetros marcavam cerca de 30 °C, o animal pulou em uma piscina particular e aproveitou a água fresca por aproximadamente dez minutos. João Mendes, proprietário do local, contou que, após muita paciência, a vaca saiu sozinha pela escada, em um episódio que ele descreveu como uma forma criativa dos bichos lidarem com o calor intenso.

Já em Barbacena, a cena que chamou a atenção foi a de um bode no alto do telhado de uma residência. Para realizar o resgate, os bombeiros precisaram usar uma corda para conduzir o animal até uma parte mais baixa. Lá, ele foi segurado com cuidado pelos chifres, retirado em segurança e devolvido ao seu dono, sem qualquer ferimento.

Operações de precisão e resgates de longa duração

A cidade de Muriaé foi palco de várias operações delicadas. Em um caso, um gatinho ficou preso por cerca de 24 horas dentro de um cano embutido em uma calçada no Bairro Planalto. Moradores que ouviram miados acionaram os bombeiros, que utilizaram ferramentas específicas e fizeram um corte controlado no cano para libertar o felino.

No mesmo município, mas no Bairro Cardoso de Melo, um filhote de cachorro ficou preso no fundo de uma galeria de água pluvial. Após o resgate de outros quatro irmãos por uma voluntária de ONG, os bombeiros precisaram entrar na estrutura para salvar o último filhotinho. Outro equino também exigiu ação em Muriaé: um cavalo ficou entalado em um buraco às margens da BR-116, com as quatro patas presas. Encontrado já cansado, o animal foi contido e retirado sem ferimentos aparentes pelos militares.

Os resgates de longa duração também marcaram o ano. Em Eugenópolis, um cachorro de grande porte passou cerca de três dias preso em uma fenda de rocha com apenas 10 a 15 centímetros de largura. Os bombeiros usaram marreta e alavanca para quebrar parte da pedra e chegar ao animal, que estava a 2,5 metros de profundidade. Situação semelhante ocorreu em Faria Lemos, onde uma cadela passou aproximadamente 17 dias presa em uma pedreira de 50 metros de altura. Encontrada muito debilitada com ajuda de um drone, ela foi resgatada, recebeu atendimento veterinário e acabou adotada por moradores da região.

O resgate do menor e mais raro

Em Juiz de Fora, no Bairro Marilândia, os bombeiros socorreram um animal de pequeno porte e raro: uma cuíca-de-três-listras filhote, do tamanho de uma moeda de R$ 1. A espécie, que pode chegar a no máximo 10 centímetros, foi encontrada no chão, movendo-se devagar e com aspecto debilitado. Inicialmente confundida com um esquilo, a cuíca foi colocada em uma caixa por quem a encontrou e, após o resgate, encaminhada a uma clínica veterinária e depois transferida para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

Esses episódios destacam não apenas o trabalho essencial e diversificado realizado pelos bombeiros e protetores de animais na região, mas também a capacidade de adaptação e, por vezes, a curiosidade dos animais que compartilham o espaço urbano e rural com os seres humanos.