
Era para ser mais um dia tranquilo no Parque das Graças, em Recife. Mas a natureza resolveu pregar uma peça — e das grandes. Uma jiboia adulta, daquelas que fazem até o mais corajoso pensar duas vezes, decidiu fazer um banquete no local... e depois simplesmente deu o ar da sua graça. Literalmente.
Segundo a Brigada Ambiental, a cobra — que media cerca de 3 metros — foi avistada após se alimentar de um animal não identificado (provavelmente um roedor de porte considerável). E aqui vem o pulo do gato: não adianta sair por aí com forcados e gaiolas. Há motivos de sobra para deixar o bicho quieto, pelo menos por enquanto.
Por que não podem simplesmente pegar a jiboia?
Parece contraditório, mas há uma ciência por trás dessa aparente negligência. Quando uma jiboia se alimenta, entra em um estado de letargia digestiva — ou, como dizem os biólogos de plantão, "fica parecendo um sofá cheio de preguiça". Mexer com ela nesse momento é pedir para:
- Estressar o animal desnecessariamente
- Risco de regurgitação (e ninguém quer ver isso)
- Possíveis lesões internas na cobra
"É como se você comesse um feijoada pesada e alguém resolvesse te carregar no colo", brincou um dos agentes, que preferiu não se identificar. A natureza tem seus timings — e interferir agora seria pior.
E os moradores? Ficam nessa sinuca de bico?
Calma, não é o fim do mundo. A Brigada Ambiental está monitorando a área e orientando a população. Algumas dicas básicas:
- Evite aproximação — jiboias não são agressivas, mas podem morder se ameaçadas
- Mantenha animais domésticos longe do parque temporariamente
- Caso aviste a cobra, ligue para os órgãos competentes (e não tente ser o herói do dia)
Ah, e sobre o paradeiro da "fugitiva"? Bom, ela deve estar em algum canto, digerindo sua refeição em paz. Quando terminar seu processo digestivo (o que pode levar dias), os especialistas avaliarão se há necessidade de remoção. Até lá, o Parque das Graças ganhou um hóspede ilustre — e um assunto que vai render conversas por um bom tempo.
Moral da história: às vezes, o melhor resgate é não resgatar. A natureza sabe o que faz — mesmo quando decide fazer uma surpresa dessas no meio da cidade.