
Era pra ser mais um dia normal na BR-242, aquela estrada que corta o Tocantins como uma cicatriz no mapa. Mas não foi. Um gigante das águas, um jacaré açu de respeito – mais de dois metros de pura imponência natural – encontrou seu fim tragicamente comum: sob as rodas de um veículo.
O fato aconteceu num trecho próximo à Lagoa da Confusão, e olha, o nome até que faz um certo sentido agora. A cena, registrada em vídeo por quem passava pelo local, é daquelas que a gente não esquece fácil. O bicho, majestoso mesmo na morte, jazia ali na margem da pista.
E isso, meus amigos, é mais frequente do que se imagina. O pessoal do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) confirmou a ocorrência. Eles foram acionados, foram lá, constataram o óbvio. Não havia mais o que fazer. A equipe do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) também foi acionada para remover o animal.
Um Problema que Vai Muito Além de um Único Bicho
Parece um incidente isolado, né? Só mais um jacaré na estrada. Mas é a ponta de um iceberg bem preocupante. Esse tipo de acidente com fauna silvestre – ou atropelamento faunístico, como os técnicos chamam – virou uma praga nas estradas do país.
Os biólogos não cansam de alertar: a fragmentação dos habitats por estradas e o aumento do tráfego criam uma armadilha mortal para animais que simplesmente tentam cruzar o que um dia foi seu território. Eles estão só tentando viver, buscar alimento, um parceiro… e se deparam com uma corredeira de metal veloz e barulhenta.
- Vítimas do asfalto: Não são só jacarés. Onças, capivaras, tamanduás, incontáveis espécies morrem todos os dias nas BRs.
- Perigo bilateral: E o risco não é só para os animais. Um impacto com um bicho desse tamanho pode ser devastador para os ocupantes de um carro ou moto.
- Sinal de alerta: Cada animal morto é um lembrete gritante do conflito constante entre o nosso progresso e a natureza que teima em persistir.
O vídeo, que circula por aí, serve como um registro triste, mas necessário. Ele expõe uma realidade crua que muitas vezes preferimos ignorar quando fechamos os vidros do carro e aceleramos.
E Agora? Tem Solução?
Boa pergunta. especialistas em conservação apontam que a saída passa por um conjunto de ações – nada daquela solução mágica que a gente sempre quer. A sinalização adequada em trechos críticos, redutores de velocidade, e a construção de passagens de fauna subterrâneas ou aéreas são medidas caras, mas vitais.
Enquanto essas obras não saem do papel (e sabe como é coisa no Brasil…), a dica é uma só: atenção redobrada ao trafegar por regiões de mata, cerrado ou perto de corpos d'água. Diminuir a velocidade não é só uma sugestão, é uma necessidade. A vida, de todos os lados, agradece.
O caso desse jacaré açu na BR-242 é mais um capítulo triste dessa longa história. Resta saber quantos ainda precisarão ser escritos até que a gente, de fato, enxergue a estrada como um espaço compartilhado.