
Era uma daquelas histórias que parecem saídas de filme — mas aconteceu de verdade, bem aqui no nosso quintal. Halifax, um cavalo que se tornou lenda viva no interior paulista, partiu dessa para melhor na última segunda-feira, deixando um rastro de saudade e boas lembranças.
Quem conviveu com ele garante: não era um animal qualquer. Tinha personalidade forte, olhar inteligente e uma resistência que desafiava o tempo. Chegou aos incríveis 40 anos — idade raríssima para equinos — e ainda assim mantinha o vigor que sempre o caracterizou.
Últimos dias de glória
O destino, às vezes, tem dessas ironias poéticas. Quatro dias antes de morrer, Halifax completou quatro décadas de vida em grande estilo. Reuniu os velhos amigos — humanos e animais — para uma celebração que mais parecia uma despedida.
"Ele sabia", conta Maria, tratadora que acompanhou o cavalo por 15 anos. "Veio cheio de energia, relinchando para todos, como se quisesse guardar cada momento na memória." No dia seguinte, começou a ficar mais quieto. Recusou comida. E na segunda-feira, sem sofrimento aparente, deitou-se pela última vez.
Legado de um ícone
Halifax não era só um cavalo. Era história viva da região. Participou de cavalgadas memoráveis, carregou crianças assustadas com uma paciência infinita e até apareceu em comerciais locais nos anos 2000.
- Viveu o equivalente a mais de 100 anos humanos
- Superou duas crises de cólica que quase o levaram
- Era o "avô" dos cavalos da região, ensinando os mais jovens
O veterinário Dr. Carlos, que acompanhou Halifax na última década, explica: "Longevidade assim é raríssima. Exige genética, cuidados e, claro, uma pitada de sorte. Ele tinha os três."
O corpo foi enterrado na propriedade onde viveu seus últimos anos, sob uma antiga árvore que ele adorava. Donos e amigos planejam agora uma pequena placa — porque histórias como essa merecem ser lembradas.