Era uma tarde qualquer na movimentada Rodovia do Sol, no Espírito Santo, quando motoristas se depararam com uma cena que corta o coração: uma cadela de rua, magra e assustada, tentando se proteger no acostamento. O que ninguém sabia? Ela estava prestes a se tornar mãe em condições que dariam roteiro para um drama animal.
"Quando chegamos, ela estava se contorcendo de dor — parecia que os filhotes não queriam esperar", conta Marcelo Almeida, um dos voluntários que participou do resgate. A equipe do Projeto Anjos de Patas agiu rápido, mas a natureza foi mais veloz: três bolinhas de pelo já estavam vindo ao mundo no asfalto quente.
Um parto contra o tempo
Imagine só: o barulho ensurdecedor dos caminhões passando, o calor de agosto batendo nos 30 graus, e aquela mamãe de quatro patas fazendo o impossível para proteger seus bebês. Os voluntários improvisaram uma barraca com cobertores do carro — porque é claro que ninguém estava preparado para um parto canino de emergência no meio da rodovia!
- Primeiro filhote: nasceu antes mesmo da equipe conseguir colocar luvas
- Segundo: veio ao mundo com o pelo todo grudento, enquanto a mãe lambia ele com cuidado
- Terceiro: o caçula, que quase rolou para o bueiro — salvos por um voluntário atento
"Ela era toda medrosa, mas quando viu que estávamos ali para ajudar, parece que entendeu", emociona-se a veterinária Dra. Luana Mendes, que atendeu o caso. A cadela, agora batizada de Sol (homenagem à rodovia onde foi encontrada), está recebendo cuidados intensivos junto com os filhotes — chamados de Lua, Estrela e Cometa pelos voluntários.
O que acontece agora?
Enquanto a família canina se recupera no abrigo temporário, várias pessoas já demonstraram interesse em adotar. Mas os protetores são firmes: "Primeiro vamos castrar a Sol, tratar todos eles, e só depois pensar em adoção responsável", explica Marcelo.
O caso reacendeu o debate sobre abandono animal nas estradas capixabas — só este ano, já foram registrados 47 casos similares na região. E pensar que tudo isso poderia ter terminado em tragédia, não fosse a sorte da Sol ter parido justo quando a equipe de resgate passava por ali...
Quer ajudar? O abrigo está aceitando doações de ração, medicamentos e cobertores. Quem sabe essa história não tem mesmo um final feliz?
