Franca, SP — O que era pra ser apenas mais uma semana difícil virou um pesadelo pra Júlia, estudante de 22 anos. Seu buldogue francês, Mel, sumiu sem deixar rastros logo depois que os pais dela decidiram se separar. "Ele é minha âncora emocional", desabafa a jovem, com a voz embargada. "Quando tudo desmoronou em casa, Mel sempre estava ali, com aquele focinho enrugado me dando conforto."
Agora, a universitária percorre as ruas do bairro Jardim Redentor com cartazes improvisados — alguns até com manchas de chuva — enquanto vizinhos se mobilizam numa corrente de solidariedade que já viralizou nas redes. "Nunca imaginei que ia precisar pedir ajuda assim", confessa Júlia, mostrando o celular com 78 mensagens não lidas de voluntários.
O sumiço
Tudo aconteceu na quarta-feira passada, durante aquela discussão familiar que ninguém quer ter. "Meus pais estavam decidindo quem ficaria com a casa", lembra a estudante. "Quando percebi, o portão estava aberto e Mel... bem, Mel tinha desaparecido."
Detalhe crucial: o buldogue francês — aquelas bolinhas de pelo com cara de bravo mas coração de mel — usa coleira rosa com plaquinha de identificação. Só que, pasmem, a tag tinha caído justo no dia anterior. Coincidência? "Parece roteiro de novela das seis", brinca sem graça um dos vizinhos ajudando na busca.
Como reconhecer Mel
- Pelagem bege com manchas brancas no peito
- Olhos esbugalhados (típicos da raça) com expressão permanentemente surpresa
- Mancha em forma de coração na pata traseira direita
- Gosta de lamber as orelhas dos desconhecidos — vício estranho, mas útil pra identificação
Enquanto isso, o bairro virou um verdadeiro quartel-general improvisado. "Temos grupos de WhatsApp, divisão de rotas de busca e até um mapa com os lugares onde outros cachorros foram encontrados antes", explica Dona Marta, aposentada que virou "comandante" da operação. Ela, que nunca teve pet, agora sabe mais sobre buldogues franceses do que muitos criadores.
Se você está em Franca ou região, fique de olho: Mel pode estar assustado, mas dificilmente vai se esconder de humanos — a raça é conhecida por ser extremamente sociável, quase "grudenta". Qualquer informação, mesmo que pareça irrelevante, pode ser crucial. Júlia prometeu recompensa (não especificou valor, mas garante que "vale cada centavo").
Enquanto o relógio corre, a estudante alterna entre esperança e desespero. "Mel é mais que um cachorro", diz, limpando as lágrimas com a manga do moletom. "Nessa bagunça toda que virou minha vida, ele era a única coisa que ainda fazia sentido."
