
Não é a primeira vez — e, infelizmente, parece que não será a última. Uma baleia franca foi avistada nesta quinta-feira (18) nas águas de Santa Catarina com uma rede de pesca enroscada na cabeça, situação que especialistas descrevem como "desesperadora". O animal, visivelmente debilitado, tentava nadar próximo à Praia do Rosa, mas a resistência da rede limitava seus movimentos.
"É de cortar o coração", relata um pescador local que preferiu não se identificar. "Ela batia a cabeça na água, como se tentasse se livrar daquilo. Mas quanto mais se mexia, pior ficava."
Esforços de resgate em andamento
Segundo o Projeto Baleia Franca, já estão mobilizados para tentar ajudar o mamífero marinho. O problema? Encontrar a baleia novamente. Esses gigantes gentis podem percorrer grandes distâncias em poucas horas, e o mar não é exatamente um aquário onde se pode localizá-los facilmente.
Enquanto isso, biólogos fazem um alerta: redes de pesca abandonadas ou perdidas são uma ameaça silenciosa. "É como se jogássemos lixo no quintal da casa deles", compara uma pesquisadora, com voz embargada. "Só que o quintal deles é imenso, e o perigo, invisível até ser tarde demais."
Um problema que se repete
Este já é o terceiro caso registrado este ano na região — um número alarmante, considerando que a temporada de baleias francas em SC mal começou. Em junho, outra baleia foi resgatada após passar semanas com equipamentos de pesha presos ao corpo.
O que mais choca os especialistas é a demora em agir. "As pessoas pensam que o oceano é grande demais para nossos erros fazerem diferença", reflete um veterano em resgates marinhos. "Até verem uma cena dessas."
Enquanto a busca continua, uma pergunta fica no ar: até quando vamos tratar o mar como um depósito de nossos descuidos?