Era pra ser mais um dia normal de trabalho, mas o destino pregou uma peça cruel. Por volta das 21h desta segunda-feira (28), um jovem entregador de 22 anos — que preferiu não ser identificado — virou alvo de criminosos no Tabuleiro do Martins, bairro conhecido pelos seus contrastes em Maceió.
Segundo testemunhas, tudo aconteceu rápido demais. Dois homens chegaram de moto, sem dizer uma palavra, e dispararam contra o rapaz. A bala acertou a cabeça. O barulho dos tiros fez os vizinhos correrem para as janelas, mas os criminosos já tinham sumido na noite.
Corrida contra o tempo
"Ele tava caído no chão, sangrando muito. A gente nem sabia se ainda tava vivo", contou uma moradora que pediu anonimato — o medo, afinal, é um vizinho permanente nessas ruas. O SAMU chegou em minutos, mas pareceram horas. O socorro foi tenso, daqueles que fazem até médico experiente tremer.
No Hospital de Emergência, os médicos entraram em modo guerra. O projétil ficou alojado perto de uma área sensível do cérebro. "É milagre ele ter resistido", murmurou um enfermeiro entre procedimentos. Até o fechamento desta matéria, o estado do jovem era considerado grave, mas estável.
Perguntas sem resposta
- Motivo? Ninguém sabe ao certo. O rapaz não tinha passagem pela polícia.
- Vingança? Erro de identidade? Briga de trânsito? Tudo especulação.
- A única certeza é que mais uma família vive o pesadelo de ver um filho entre a vida e a morte.
A Delegacia de Homicídios assumiu o caso, mas — surpresa zero — até agora nenhum suspeito foi identificado. Os investigadores vão conferir câmeras de segurança da região, mas sabem que muitas nem funcionam. "É como caçar fantasma", resmungou um dos agentes.
Enquanto isso, no bairro, o clima é de revolta mista com resignação. "Todo dia é isso, doutor. A gente já nem se assusta mais", desabafou um comerciante, esfregando as mãos nervosamente. O Tabuleiro do Martins soma mais um caso na longa lista de violência que assola Maceió — cidade que, não faz muito tempo, liderou rankings nada honrosos de homicídios no país.
