
O que era pra ser mais um dia de fiscalização rotineira na orla de Santos terminou em cenas que beiram o inacreditável. Numa dessas tardes de domingo (27), quando o calçadão da Praia do Gonzaga estava cheio de famílias aproveitando o sol, um vídeo começou a circular feito rastilho de pólvora nas redes.
Nele, dá pra ver claramente um guarda municipal — fardado, com toda a pompa da autoridade — dando um empurrão violento numa mulher em situação de rua. A cena é rápida, mas suficiente pra gelar o sangue: a mulher, que mal tinha tempo de reagir, vai ao chão com tudo. E o pior? O agente ainda avança, como se estivesse lidando com algum criminoso perigoso, e não com uma pessoa vulnerável.
"Foi desproporcional e desumano"
Testemunhas que presenciaram a cena contam que a abordagem começou como mais uma daquelas ações pra "enxugar" a orla. "Do nada, chegaram mandando ela sair dali, dizendo que não podia ficar naquele lugar", relata um vendedor ambulante que preferiu não se identificar. "Aí quando ela tentou argumentar, o guarda simplesmente perdeu a linha."
O que se seguiu foi um verdadeiro festival de horrores. Enquanto a mulher — que, diga-se de passagem, não oferecia risco algum — tentava se levantar, outros dois agentes chegaram pra "conter" a situação. Resultado? Mais gritaria, mais força desnecessária e, claro, um belo espetáculo de humilhação pública.
E as desculpas esfarrapadas?
Pois é. A prefeitura de Santos, através da Secretaria de Segurança, soltou aquele comunicado padrão dizendo que "vai apurar o caso". Enquanto isso, o sindicato dos guardas já veio com o discurso de sempre: "O agente agiu dentro do protocolo, a mulher resistiu à abordagem". Só faltou dizer que ela era uma ameaça à segurança nacional.
Nas redes, o vídeo já ultrapassou meio milhão de visualizações e gerou uma enxurrada de críticas. "Isso não é segurança pública, é covardia disfarçada de autoridade", disparou uma internauta. Outros lembraram casos similares que, pasmem, acabaram em pizza.
Enquanto a tal "apuração" não sai — e convenhamos, ninguém tá segurando o fôlego pra isso — a mulher, cuja identidade não foi revelada, sumiu do radar. Resta saber se ela recebeu algum atendimento ou se foi simplesmente varrida pra debaixo do tapete, como tantas outras.