O Rio de Janeiro foi palco de uma sequência trágica de crimes entre a quarta-feira (24) e a quinta-feira (25), com pelo menos três mulheres mortas em casos investigados como feminicídio. As ocorrências, segundo as primeiras investigações da polícia, não possuem relação entre si, mas acendem um alerta sobre a violência de gênero no estado.
Detalhes dos crimes que abalaram a capital
O primeiro caso ocorreu na quarta-feira (24), no Centro do Rio. Bombeiros foram chamados para combater um incêndio em um imóvel na Rua André Cavalcanti. Durante o trabalho, encontraram o corpo de Sabrina Saron Camilo Mates em uma parte da casa que não foi atingida pelas chamas. A vítima apresentava marcas de golpes de faca.
Na manhã de quinta-feira (25), a Polícia Militar atendeu a uma ocorrência de violência doméstica em Inhoaíba, na Zona Oeste. No local, uma mulher foi encontrada ferida por facadas. Ela foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O companheiro, apontado como principal suspeito, também estava no local e foi agredido por vizinhos, chegando a ser esfaqueado. Ele foi internado em um hospital público.
Terceira vítima é encontrada na Costa Verde
Ainda na noite de quinta-feira, policiais militares de Angra dos Reis se deslocaram até a Praia do Saco, em Mangaratiba, na região da Costa Verde. Lá, encontraram o corpo de uma mulher com marcas de tiros. A polícia suspeita que o autor do crime seja o companheiro da vítima, que fugiu do local. As identidades das duas últimas vítimas não foram divulgadas.
Todas as investigações estão sob a responsabilidade da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro.
Dados revelam aumento alarmante da violência
Enquanto os casos recentes chocam a população, os números oficiais já apontavam para uma tendência preocupante. O Dossiê Mulher, seção estatística do Instituto de Segurança Pública (ISP), registrou em 2024 um total de 43.254 casos de violência física contra mulheres nas delegacias do estado. Este número engloba feminicídios, tentativas de feminicídio, homicídios, tentativas de homicídio e lesão corporal.
O levantamento mostra um aumento de 5,4% no comparativo com o ano de 2023, evidenciando a escalada de um problema social grave que demanda atenção urgente das autoridades e da sociedade como um todo.
