Triplo Homicídio em Ilhéus: Morte de Mãe, Filha e Amiga Provoca Revolta e Bloqueios na BA-001
Triplo homicídio em Ilhéus gera protestos na BA-001

Ilhéus mergulhou num luto pesado, daqueles que custam a sair do ar, depois de uma notícia que deixou todo mundo de cabelo em pé. Na noite de segunda-feira (19), a violência — essa praga que insiste em não dar trégua — ceifou três vidas de uma vez só. As vítimas? Uma mãe, a filha dela e uma amiga da família. Um trio de mulheres cujas histórias foram interrompidas pela brutalidade mais covarde.

O cenário do crime foi a Rua N, no bairro Salobrinho. Por volta das 22h, a tranquilidade do lugar foi estilhaçada por tiros. Muitos tiros. Segundo as primeiras informações que corriam soltas entre os moradores — ainda assustados e tentando juntar os pedaços do que aconteceu —, os criminosos chegaram num carro, desceram e atiraram contra as mulheres, que estavam na garagem de casa. Fuga imediata. Deixaram para trás o silêncio e o horror.

Quem eram elas? Maria de Fátima Silva Santos, de 45 anos; a filha dela, Maria Vítria, de apenas 25; e a amiga da família, Adriana de Jesus Conceição, de 43. Três vidas apagadas num piscar de olhos. O que teria motivado um ataque tão cruel? A Polícia Civil, que abriu inquérito para investigar o caso, ainda está correndo atrás de pistas. Nada de motivação clara, nada de suspeitos presos. Só o desespero de quem ficou.

E aí, meu Deus, a revolta tomou conta. Na manhã de terça-feira (20), a população decidiu que não ia ficar quieta. Deu no que deu: a BA-001, uma das principais vias da região, foi totalmente bloqueada. Protesto com caixão no asfalto, fogo, pneu queimado, pedra espalhada… o pacote completo da indignação. O trânsito virou um caos, é claro, mas era um caos com um grito de socorro embutido. “Chega de violência!”, “Queremos justiça!”. Os manifestantes, com a voz embargada, não saíam do lugar.

A Polícia Militar tentou negociar, mas a ferida estava — e ainda está — muito aberta. Só depois de um bom tempo as coisas começaram a se acalmar, e a estrada foi liberada. Mas aquele sentimento de insegurança, ah, esse vai demorar muito mais para ir embora.

O Que Resta?

Além da dor que não tem tamanho para as famílias, fica a pergunta que ninguém consegue responder: até quando? Até quando cenas como essa vão se repetir no nosso país? Ilhéus, uma cidade tão cheia de história e belezas naturais, agora também é palco de uma tragédia horrível que virou manchete nacional.

Enquanto os investigadores não acham os responsáveis, a sensação que fica é a de que a justiça — a verdadeira, não só a que existe nos papéis — está devendo. E a comunidade do Salobrinho, assim como todo o sul da Bahia, fica na esperança (um tanto quanto desgastada, é verdade) de que dias melhores venham. Mas, convenhamos, com notícias assim, fica difícil acreditar.