Um homem foi preso preventivamente nesta segunda-feira (10) após ameaçar a juíza responsável pelo processo em que era réu por violência doméstica contra a ex-companheira. A ação conjunta das delegacias especializadas resultou na prisão de Luiz Felipe de Andrade Liberato em sua residência, localizada no bairro de Curicica, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro.
Investigação revela intimidação à magistrada
Segundo as investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) em conjunto com a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) Centro, o acusado começou a enviar mensagens intimidatórias via WhatsApp para a magistrada após ser notificado sobre a medida protetiva concedida à sua ex-companheira. O caso de violência doméstica já corria na Justiça quando as ameaças começaram.
As mensagens enviadas pelo réu continham dados pessoais e sensíveis da juíza, incluindo nomes de familiares, endereços residenciais, números de telefone e até mesmo informações sobre interesses pessoais da magistrada. A invasão da privacidade e a tentativa clara de coagir a autoridade judicial caracterizaram grave obstrução à Justiça.
Prisão preventiva e antecedentes criminais
A 28ª Vara Criminal da Comarca da Capital expediu mandado de prisão preventiva por coação no curso do processo, fundamentando que as ações do acusado representavam risco à administração da justiça e à integridade da magistrada. Luiz Felipe de Andrade Liberato já respondia anteriormente por violência doméstica contra a ex-companheira, que havia obtido proteção judicial através de medida protetiva.
A prisão foi realizada sem resistência na casa do acusado em Curicica. Até o momento, a defesa de Luiz Felipe não se manifestou publicamente sobre o caso, conforme informado pela TV Globo, que não conseguiu estabelecer contato com os advogados do réu.
Reflexos no combate à violência contra mulheres
Este caso evidencia a importância das delegacias especializadas no atendimento às mulheres e no combate aos crimes digitais. A atuação coordenada entre a DRCI e a Deam Centro demonstra a eficácia do trabalho policial especializado na proteção das vítimas e na responsabilização dos agressores, mesmo quando as ameaças se estendem às autoridades judiciárias.
O episódio também serve como alerta sobre a evolução das formas de violência e intimidação, que agora utilizam ferramentas digitais para atingir tanto as vítimas quanto os operadores do sistema de justiça. A rápida resposta das autoridades, no entanto, reforça o compromisso institucional com a proteção integral das mulheres e a manutenção da ordem judicial.