
O que deveria ser o lugar mais seguro do mundo transformou-se num pesadelo. A cena é de cortar o coração: uma criança, ainda com a inocência que merecia ter preservada, grita e chora enquanto assiste ao próprio pai destruir tudo com fogo. Não foi acidente. Foi escolha.
O vídeo que circula nas redes sociais — e que eu, confesso, mal consegui assistir até o fim — mostra o homem, calmo demais para a barbaridade que cometia, espalhando líquido inflamável pela casa. A gente até tenta entender o que se passa na cabeça de alguém nessa situação, mas algumas coisas simplesmente não cabem na razão.
A criança, cuja identidade preservamos, aparece desesperada. Os gritos ecoam de um lugar tão fundo da alma que dói só de ouvir. "Pai, para! Pai, não!" — mas o homem continuou. Será que ele ouvia? Ou o ódio — ou seja lá o que fosse — tinha abafado até o instinto mais básico de proteção?
Segundo as informações que apurei, a tragédia aconteceu numa residência humilde, daquelas que abrigam sonhos simples. O que restou foram cinzas e trauma. Muito trauma.
Os bombeiros chegaram rápido, mas já era tarde demais. As chamas consumiram praticamente tudo — objetos, móveis, fotografias. Coisas materiais, sim, mas que carregavam memórias. O fogo leva rápido o que levamos anos pra construir.
As Consequências que Não se Apagam
O que me preocupa — e muito — são as marcas invisíveis. Uma cena dessas não some quando as chamas se apagam. Fica gravada na mente, na alma. Essa criança vai carregar essa imagem pro resto da vida.
Os vizinhos, ainda em choque, relataram à polícia que a família tinha seus problemas, como tantas outras. Mas ninguém — absolutamente ninguém — esperava uma cena tão extrema.
O homem foi preso em flagrante, obviamente. Agora responde por dano qualificado — que nome técnico pra algo tão visceral. Mas a pergunta que fica, e que não sai da minha cabeça, é: que tipo de sentimento leva alguém a destruir o próprio lar com o próprio filho assistindo?
Enquanto escrevo isso, não consigo evitar de pensar na criança. Onde está agora? Com quem ficou? Quem vai explicar que o mundo, apesar de tudo, ainda pode ser bom?
Algumas feridas são profundas demais para qualquer pomada. E o pior fogo — aquele que ninguém vê — continua queimando.