
Imagine a cena: uma menina de oito anos, que deveria estar brincando de boneca, assumindo o papel de mãe de três criancinhas. É de cortar o coração, não é? Pois essa foi a realidade absurda encontrada pela polícia numa casa simples de São Carlos, no interior paulista.
Os agentes chegaram ao local após denúncias anônimas — sempre elas, né? — e se depararam com um cenário de filme de terror. Ratos circulando livremente, baratas por todo lado, e um cheiro insuportável de lixo e urina. No meio disso tudo, quatro pequenas tentando sobreviver.
A pequena adulta de 8 anos
A maiorzinha, apenas oito primaveras, tentava manter alguma ordem no caos. Dava comida às menores — uma de quatro anos, outra de dois, e um bebê de apenas um aninho — com o pouco que encontrava pela casa. Latas de leite condensado, alguns pacotes de bolacha... nada adequado para crianças nessa fase.
"Ela tentava fazer o que podia, coitada", contou um dos policiais, ainda visivelmente abalado. "Mas o que uma criança dessa idade pode fazer? Mal consegue alcançar a pia direito."
O abandono que choca
Os pais simplesmente desapareceram. Deixaram as crianças sozinhas por Deus sabe quanto tempo. A vizinhança, aquela que sempre vê tudo mas às vezes demora a agir, finalmente resolveu ligar para as autoridades.
E olha, não foi por pouco. A situação estava crítica mesmo. As crianças estavam desnutridas, sujas, com marcas de picadas de insetos pelo corpo. O bebê de um ano — meu Deus, um bebê! — estava com assaduras graves por ficar horas sem troca de fraldas.
As consequências
As quatro irmãs foram levadas urgentemente para o Hospital Universitário. Os médicos ficaram horrorizados com o estado delas. Desidratação, verminoses, e claro, o trauma psicológico que uma situação dessas causa.
Enquanto isso, a polícia procura os pais. Cadê essa gente? Que tipo de ser humano abandona suas crias dessa maneira? É uma pergunta que não quer calar.
O Conselho Tutelar assumiu o caso, e as crianças devem ir para um abrigo — pelo menos temporariamente. Quem sabe não encontram uma família decente, que realmente as ame e cuide.
Cases como esse me fazem perder a fé na humanidade. Mas também mostram a importância de estarmos atentos aos nossos vizinhos, principalmente às crianças vulneráveis. Às vezes uma simples ligação pode salvar vidas.