Era uma tarde cinzenta em Cuiabá quando ele apareceu na delegacia – de cabeça baixa, mãos trêmulas, sem tentar se justificar. O ex-companheiro da venezuelana Yuliana Carvajal, de 28 anos, decidiu encarar as consequências depois de dois dias foragido.
Segundo fontes policiais, o homem chegou sozinho, por volta das 15h de segunda-feira (4), à 1ª Delegacia da Capital. "Ele não resistiu, não chorou, só assinou a entrega voluntária", contou um delegado que preferiu não se identificar. Detalhe macabro: testemunhas afirmam que ele ainda vestia a mesma camisa manchada de sangue no dia do crime.
O que se sabe até agora:
- A vítima foi atingida por três tiros no peito durante discussão no bairro Jardim Imperial
- O casal tinha terminado o relacionamento há três semanas
- Yuliana trabalhava como costureira e vivia no Brasil há menos de um ano
- Armamento ainda não foi encontrado
Ah, a ironia cruel da vida – no mesmo dia em que completaria 29 anos, familiares da jovem precisaram identificar seu corpo no IML. "Ela veio pra cá fugindo da crise, procurando vida melhor...", soluçava uma prima, em vídeo que viralizou nas redes.
Repercussão e próximos passos
O caso já mobiliza organizações de apoio a imigrantes. Maria Fernanda, da ONG Brasil Sem Fronteiras, foi taxativa: "Isso não é caso isolado. Mulheres migrantes são duplamente vulneráveis – pela condição de gênero e por estarem longe de suas redes de apoio".
Enquanto isso, na delegacia, o suspeito aguarda interrogatório. Se depender do Ministério Público, ele responderá por feminicídio qualificado – e aí, meu amigo, pode preparar o cafezinho, porque a cadeia vai ser longa.
