Amante de médico preso por envenenar esposa pede direito de visita íntima na cadeia
Amante de médico assassino pede visita íntima na cadeia

Eis que a vida imita a ficção de maneira sinistra. No palco dos dramas reais, uma nova reviravolta no caso que deixou Ribeirão Preto de cabelos em pé: o do médico que envenenou a própria esposa. Sabe aquele tipo de história que você acha que só vê no cinema? Pois é.

Agora, a amante do cirurgião plástico Cássio Minoru Matsumoto – condenado a 25 anos de cana pelo crime hediondo – entrou com um pedido nada convencional. Ela quer a benção da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para visitá-lo no regime semiaberto. E não são visitas comuns, não. A solicitação é para que ela possa ter encontros íntimos com o homem que matou a mulher com doses letais de remédios controlados.

Parece brincadeira, mas não é. A defesa da mulher, cujo nome a gente evita mencionar por uma questão ética, alega que ela é uma "companheira estável" do médico. Sim, aquela mesma que manteve um relacionamento com ele enquanto a esposa ainda estava viva. Os advogados argumentam que ela teria esse direito, já que ele está no semiaberto desde maio, cumprindo pena na Casa de Custódia de Serra Azul.

Os meandros jurídicos da questão

O pedido tá nas mãos da Vara de Execuções Criminais de Ribeirão Preto. A juíza Renata Oliveira Batha, que tá com a batata quente, já deu um prazo de cinco dias para a SAP se manifestar. A questão central? Definir se essa relação – que começou às escondidas e sob circunstâncias tão horrendas – se encaixa no conceito de "união estável" para fins de visita íntima.

Não é simples, né? A gente tá falando de um cara condenado por acabar com a vida da própria mulher, mãe dos seus filhos, através de um plano calculista. E a pessoa que se envolveu com ele durante tudo isso agora quer direitos conjugais. É de deixar qualquer um com a pulga atrás da orelha.

O crime que chocou o Brasil

Quem não lembra dos detalhes macabros? Cássio foi preso em 2021, acusado de administrar substâncias tóxicas na esposa, Tatiane Nascimento, entre 2019 e 2020. A investigação mostrou que ele usou o próprio conhecimento médico para aplicar doses cavalares de sedativos e opioides. A mulher morreu intoxicada, sem nem desconfiar que o perigo morava ao lado.

O julgamento foi um dos mais comentados dos últimos anos. Em outubro do ano passado, a Justiça considerou que as provas eram mais do que suficientes: materiais apreendidos no consultório dele, testemunhas, perícias… Tudo indicava um assassinato premeditado. A motivação? Dinheiro e a liberdade para ficar com a amante – a mesma que hoje bate na porta do sistema prisional pedindo acesso ao homem condenado.

Enquanto a decisão não sai, o caso segue rendendo conversas e indignação. Até onde vão os direitos de quem se envolve com criminosos? O sistema prisional deve acolher esse tipo de pedido? Perguntas difíceis, respostas mais complicadas ainda.

Uma coisa é certa: a família da vítima deve estar revivendo todo o horror com mais esse capítulo. E a gente fica aqui, torcendo para que a Justiça ache o caminho mais sensato – e humano – no meio dessa confusão toda.