Um trágico episódio de violência doméstica terminou em morte na madrugada deste domingo (21), na zona rural do município de Unaí, localizado no Noroeste de Minas Gerais. Um adolescente de 16 anos matou o próprio padrasto a facadas após tentar interromper uma série de agressões sofridas por sua mãe.
Da confraternização à tragédia
O fato teve início durante uma confraternização do trabalho da companheira da vítima. Reginaldo Pereira da Silva, de 41 anos, consumiu bebida alcoólica e, de acordo com relatos colhidos pela Polícia Militar, começou a apresentar uma crise de ciúmes. Preocupada com a situação, a mulher, também de 41 anos, decidiu que era hora de ir embora e assumiu a direção do carro para o casal retornar para casa.
No entanto, o trajeto foi marcado por mais violência. Reginaldo, ainda sob o efeito da bebida e da crise, passou a puxar o volante do carro enquanto a companheira dirigia, numa clara tentativa de provocar um acidente. A mulher conseguiu manter o controle do veículo e chegar ao destino, mas o pior ainda estava por vir.
A escalada da violência dentro de casa
Já no interior da residência, a agressão verbal deu lugar à física. Reginaldo passou a agredir a companheira com tapas e socos, chegando ao ponto de jogá-la no chão. Foi nesse momento que o filho dela, um adolescente de 16 anos, decidiu intervir. O jovem pediu ao padrasto que se acalmasse e fosse dormir.
Inicialmente, o homem atendeu ao apelo e se deitou. Contudo, após um curto intervalo, ele se levantou e retomou as agressões, desta vez voltando sua fúria tanto contra a companheira quanto contra o enteado que tentara separá-lo da vítima.
Ação desesperada e consequências fatais
Diante da reincidência e da intensidade dos ataques, o adolescente, em um ato de desespero para proteger a mãe, foi até a cozinha, pegou uma faca e desferiu um único golpe contra Reginaldo. O ferimento foi fatal e o homem de 41 anos morreu no local.
A mãe do adolescente, mesmo após ter sido agredida, tentou prestar os primeiros socorros ao companheiro na tentativa de estancar a hemorragia. Sem sucesso, ela pediu ajuda a uma testemunha, que imediatamente acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Polícia Militar.
A equipe do Samu compareceu ao endereço, mas apenas pôde confirmar o óbito. Em seguida, a perícia da Polícia Civil realizou os trabalhos técnicos no local e liberou o corpo para a funerária.
Desfecho policial
Após o ocorrido, o adolescente deixou o local, mas foi localizado posteriormente pela Polícia Militar. O contato foi feito pela própria mãe do jovem. Ele foi então conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Unaí, onde o caso foi registrado e as investigações foram iniciadas para apurar todas as circunstâncias do fato.
O caso chama a atenção para a complexidade e a gravidade da violência doméstica, que muitas vezes coloca familiares em situações extremas de defesa e resulta em desfechos irreparáveis, como a morte de Reginaldo Pereira da Silva.
