
Parece que a criatividade dos golpistas não tem limites — e dessa vez, o alvo eram justamente aqueles que já deram duro a vida toda. Em Mato Grosso, uma operação da Polícia Civil botou fim na farra de cinco indivíduos que especializaram suas artimanhas justamente nos aposentados e pensionistas. O prejuízo? Algo em torno de R$ 300 mil. Impressionante, não?
A coisa funcionava mais ou menos assim: os criminosos, com um acesso que até hoje intriga as autoridades, conseguiam dados sigilosos dos idosos. E não era qualquer informação — estamos falando de números de benefício, contas bancárias, até endereços. Com isso na mão, partiam para a ação.
Como o golpe era aplicado
Os métodos variavam, mas a essência era sempre a mesma: convencer a vítima de que precisava "regularizar" sua situação ou "transferir" o benefício. Algumas ligações pareciam tão convincentes que até eu, se não estivesse atento, poderia cair. Eles se passavam por funcionários de órgãos públicos, bancos, até mesmo do INSS.
- Primeiro contato: sempre por telefone, com informações tão específicas que assustavam
- Pressão psicológica: criavam urgência artificial — "se não fizer agora, perde o benefício"
- Transferências bancárias: orientavam as vítimas a fazer TEDs para contas laranjas
- Coleta de documentos: em alguns casos, enviavam "entregadores" para buscar documentos em casa
O que mais me deixa pasmo é a frieza com que agiam. Sabiam que estavam tirando o sustento de quem mal tem para o próprio remédio.
A operação que desmontou o esquema
A Polícia Civil não revelou todos os detalhes — afinal, a investigação continua — mas deu para entender que foi um trabalho de formiguinha. Rastreamento de transações, quebra de sig bancário, identificação dos laranjas... Demorou meses, mas o cerco finalmente se fechou.
Cinco mandados de prisão foram cumpridos só nessa fase. E olha, a polícia acredita que o esquema era ainda maior — esses R$ 300 mil são apenas o que conseguiram comprovar até agora. Quem sabe o número real não seja o dobro?
"É uma quadrilha bem estruturada, com divisão de tarefas e métodos sofisticados", comentou um delegado que preferiu não se identificar. "O que mais chama atenção é a especialização em idosos — claramente escolheram as vítimas mais vulneráveis."
E agora, o que acontece?
Os cinco presos já estão respondendo pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e falsificação de documentos. Se condenados, podem pegar até oito anos de cadeia. Mas cá entre nós, será que isso é suficiente para compensar o desespero que causaram?
Enquanto isso, a polícia segue com as investigações. A suspeita é que haja mais pessoas envolvidas, inclusive funcionários de órgãos públicos que vazavam os dados. Isso sim seria gravíssimo.
Para as vítimas, o prejuízo vai além do financeiro. Muitos idosos ficaram com medo de atender o telefone, desconfiam de qualquer um que liga — o trauma, esse não tem preço que pague.
Fica o alerta: se alguém ligar dizendo que seu benefício está em risco, desligue na hora. Liga para o banco ou para o INSS diretamente, nunca use os números que te passarem. Melhor prevenir que — como diz o ditado — remediar uma dor de cabeça dessas.