
A noite de terça-feira reservava mais um capítulo triste para as estatísticas do trânsito campineiro. Por volta das 20h30, o asfalto ainda quente da Avenida John Boyd Dunlop testemunhou uma cena que se repete com frequência assustadora pela cidade.
Um homem — cuja identidade permanece desconhecida — foi atingido por um veículo quando tentava cruzar essa via que corta Campinas como um rio de concreto e metal. Testemunhas contaram, com vozes ainda tremulas pelo susto, que ele caminhava pela pista no sentido Anhanguera quando o impossível aconteceu.
O socorro que demorou a chegar
O Samu — esses heróis de plantão que enfrentam o caos urbano todas as noites — chegou rápido, mas não rápido o suficiente para evitar o pior. Encontraram o homem caído no asfalto, uma figura solitária em meio ao fluxo incessante de carros.
Parece que o motorista, um homem de 54 anos que dirigia um Fiat Argo, simplesmente não viu. Ou viu tarde demais. Ele parou imediatamente após a colisão, ficou no local — ao menos cumpriu essa parte — e colaborou com os agentes do Detran-SP que compareceram para tentar desvendar os pedaços dessa história truncada.
Entre a vida e a morte
O que se seguiu foi aquela correria habitual nesses momentos: sirenes, luzes azuis e vermelhas piscando na escuridão, profissionais de saúde trabalhando contra o relógio. O homem foi levado às pressas para a Santa Casa de Valinhos.
Seu estado? Grave. Muito grave. Os médicos lutavam para estabilizá-lo enquanto escrevo estas linhas.
Perguntas que ficam no ar
E agora? O caso vai ser investigado pela Delegacia de Investigações Gerais de Campinas. Mas me pergunto — e você provavelmente também — quantos casos como esse precisam acontecer até que algo mude de verdade?
A Avenida John Boyd Dunlop não é nenhuma novata quando o assunto é acidentes. Já virou palco de tantas tragédias que perdi a conta. E ainda assim, a vida segue, os carros passam, e as pessoas continuam arriscando a vida para chegar ao outro lado.
O trânsito de Campinas parece engolir pedaços de humanidade todos os dias. E a gente, aqui do lado de fora, só consegue observar e torcer para não ser o próximo.