
Imagine acordar um dia e descobrir que três pedaços do seu coração simplesmente evaporaram. Foi assim que a vida da família de Maria* virou de cabeça para baixo há mais de um ano. No interior do Amazonas, onde o rio parece engolir segredos, o sumiço dela e dos dois filhos pequenos deixou um rastro de perguntas sem resposta.
Não foi um daqueles casos que ganha holofotes nacionais — sabe como é, né? Desaparecimentos no Norte do país muitas vezes viram estatística. Mas pra dona Raimunda, avó das crianças, cada dia sem notícias é como carregar uma pedra no peito. "A gente vira refém da própria esperança", diz ela, com aquela voz cansada de quem já chorou até a última lágrima.
O que se sabe até agora?
Detalhes são escassos, mas aqui vai o que apuramos:
- Maria saiu de casa numa terça-feira comum, levando as crianças de 4 e 6 anos
- Testemunhas juram ter visto o trio num barco rumo a comunidade vizinha
- Desde então... silêncio. Nada. Zero.
O delegado responsável pelo caso — que pediu pra não ser identificado — admitiu à nossa reportagem que as investigações "encontraram mais perguntas que respostas". E olha que não faltaram buscas: helicópteros, equipes terrestres, até rastreadores indígenas foram acionados. Nada.
Teorias que assombram
Numa região onde o rio é estrada e a floresta é parede, os boatos correm mais rápido que as autoridades. Tem quem fale em:
- Acidente durante a viagem de barco (comum na região)
- Conflito familiar não resolvido
- Até aquela teoria maluca sobre tráfico de pessoas — que, convenhamos, ninguém comprova
Enquanto isso, na casa da família, o calendário virou inimigo. Cada data vermelha é uma facada: aniversários das crianças, Natal, Dia das Mães... "A gente não sabe mais se comemora ou se chora", desabafa um tio das crianças, que pediu pra não ter o nome divulgado.
E você, leitor, deve estar se perguntando: como um caso assim fica mais de 12 meses sem solução? Pois é. A gente também. A verdade é que na vastidão amazônica, até desaparecimentos podem sumir no mapa.