Imagine a cena: uma mãe vai buscar o filho de quatro anos na creche e se depara com o impensável. Mechas inteiras de cabelo arrancadas, e ninguém – absolutamente ninguém – tinha uma explicação decente. Foi exatamente o que aconteceu com a pequena Sophia (nome fictício para preservar a identidade da criança) em uma unidade de educação infantil particular de Goiânia.
A coisa toda ocorreu na última quarta-feira, mas o desespero ainda está estampado na voz da mãe. "É de cortar o coração", ela confessa, ainda visivelmente abalada. "Meu filho chegou em casa com marcas no couro cabeludo e uma parte significativa dos fios simplesmente desaparecida".
A Versão da Escola: Uma Justificativa que Não Cola
Quando confrontados, os responsáveis pela instituição tentaram empurrar uma história – daquelas bem furadas, diga-se de passagem. Alegaram que a criança teria "enroscado o cabelo em uma escada". Sério mesmo? Alguém acredita nisso? A mãe, claro, não comprou a explicação nem por um segundo.
"Não tem cabimento", ela argumenta, com a lucidez de quem conhece o próprio filho. "O ferimento é na raiz, não tem como ser acidente. E outra: se foi um acidente, por que não me comunicaram imediatamente? Só fui descobrir na hora da saída."
O Silêncio que Grita: A Omissão que Preocupa
Eis um detalhe crucial que cheira mal: a tal da comunicação. A escola não enviou nenhum bilhete, não fez nenhum telefonema, nenhuma mensagem. Nada. A mãe precisou descobrir por conta própria o ocorrido. Isso, pra mim, cheira a tentativa de esconder o fato – e não fala muito bem da transparência do lugar.
O caso já está nas mãos da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Goiânia. Um boletim de ocorrência foi registrado, e as investigações estão em andamento. A Secretaria Municipal de Educação também foi notificada e deve apurar o que diabos aconteceu dentro daquela instituição.
O Direiro Ferido: Além do Cabelo, a Dignidade
Não se trata apenas de cabelo, obviamente. É sobre a integridade física e psicológica de uma criança que estava sob a guarda de adultos que deveriam protegê-la. É sobre a quebra de confiança – aquela base frágil que nos faz deixar o que temos de mais precioso com estranhos.
A família agora exige respostas. Respostas claras, não histórias inventadas. E mais: quer garantias de que isso não se repetirá com nenhuma outra criança. "Isso não pode ficar assim", diz a mãe, com uma determinação que só quem é pai ou mãe consegue entender. "É minha filha hoje, pode ser o filho de qualquer um amanhã."
Enquanto a investigação corre, Sophia segue tentando entender por que seu cabelo sumiu e por que dói tanto. Perguntas que, convenhamos, nenhuma criança de quatro anos deveria ter que fazer.
