Baleia Rossi critica discurso de 'coitadinho' e defende leis duras para segurança
Baleia Rossi defende endurecimento de leis de segurança

O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, fez duras críticas ao que chamou de "discurso do coitadinho" na abordagem da segurança pública no país. Em entrevista ao programa Amarelas On Air, da VEJA, o parlamentar defendeu medidas concretas e endurecimento das leis para enfrentar a crescente criminalidade.

Unição contra a violência além das disputas políticas

Rossi foi enfático ao afirmar que o debate sobre segurança pública precisa sair do palanque eleitoral e ser tratado como prioridade de Estado. O líder do MDB destacou que o Congresso Nacional tem a obrigação de responder ao aumento da criminalidade com ações efetivas, deixando de lado as disputas partidárias.

"Não tem espaço para passar pano para bandido. Isso une a nação: não é direita, não é esquerda. A população quer respostas e o Estado precisa garantir segurança", declarou o deputado durante a entrevista concedida em 12 de novembro de 2025.

Operação no Rio e urgência de ação coordenada

O parlamentar citou a megaoperação no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortos como exemplo da gravidade do problema da segurança no Brasil. Segundo Rossi, esse episódio evidenciou tanto a seriedade da situação quanto a necessidade urgente de uma ação coordenada entre os diferentes poderes e esferas de governo.

Rossi reconheceu que o enfrentamento ao crime exige uso de força, mas ressaltou que as discussões sobre o tema devem ser técnicas, ouvindo especialistas e as próprias polícias. "A Câmara e o Senado estão comprometidos em endurecer as penas e dar instrumentos às polícias. Mas esse debate não pode ser contaminado pela disputa eleitoral de 2026. Isso atrapalha a solução", afirmou.

Defesa de relator polêmico e críticas à esquerda

O presidente do MDB saiu em defesa da escolha do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do projeto Antifacção, que pretende tornar mais rigorosa a legislação contra integrantes do crime organizado. Derrite, que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, teve sua indicação criticada por governistas.

Rossi, no entanto, minimizou as controvérsias e argumentou que o critério foi técnico. "O Derrite é policial, conhece o assunto. Ter alguém mais à direita relatando um projeto de um governo de esquerda pode até melhorar o texto. Quando se juntam visões diferentes, o resultado costuma ser melhor", avaliou.

Embora tenha evitado críticas diretas ao presidente Lula, Rossi admitiu que a esquerda tem "fragilidade histórica" na condução do tema da segurança pública. O deputado foi categórico ao afirmar que não há mais espaço para discursos condescendentes.

"As famílias estão amedrontadas. Não adianta fazer o discurso do coitadinho. É hora de energia, leis duras, inteligência e tecnologia", defendeu o líder do MDB, finalizando com um apelo para que o tema não se torne instrumento eleitoral. "A eleição é só no ano que vem. Agora é hora de dar respostas à sociedade. Se não, o país pode entrar num verdadeiro caos."