Vereador de Manaus é absolvido em caso de homicídio durante perseguição — Justiça aceita legítima defesa
Vereador de Manaus absolvido em caso de homicídio

Eis que a justiça amazonense dá um veredito que vai gerar debate — e como. O vereador Professor Samuel, da Câmara Municipal de Manaus, acabou de ser absolv das acusações de homicídio qualificado após uma perseguição que terminou em tragédia há seis anos. Sim, seis. Quase meia dúzia de espera.

O caso remonta a 2019, um daqueles dias quentes de Manaus que ninguém esquece. Tudo começou quando Samuel — na época ainda não eleito — estava dirigindo sua caminhonete e, segundo ele, foi abordado por dois homens em uma moto. Um deles, infelizmente, era Jefferson Alves Barbosa, de 22 anos.

A versão que prevaleceu no plenário do Tribunal de Justiça foi a de legítima defesa. O colegiado entendeu que Samuel agiu para proteger a própria vida — e a de sua família, que estava no carro. Imaginem só: trânsito pesado, sudorese, medo batendo à porta. Não é fácil.

O desfecho judicial

Por unanimidade, os desembargadores aceitaram a tese da defesa. Não houve dolo, disseram. Não houve intenção de matar. A ação teria sido reactiva, instintiva — humana, talvez excessivamente humana.

E o que diz a família de Jefferson? Ah, essa é uma ferida que não fecha. Eles continuam afirmando que não houve aggression inicial, que a morte foi injusta, que a perseguição foi desproporcional. Quem tem razão? A justiça falou. Mas a dor, essa, fala mais alto em alguns corações.

Curiosamente — ou não —, Samuel seguiu sua vida política mesmo durante o processo. Foi eleito, tomou posse, votou projetos. A vida seguiu, como quase sempre segue, mesmo com feridas abertas nos dois lados.

O caso agora está juridicamente encerrado, mas socialmente? Bem, esse capítulo ainda vai ecoar por um tempo. Como sempre acontece quando a justiça e a percepção pública não caminham exatamente de mãos dadas.