Era uma dessas manhãs cinzentas no Rio quando o governo estadual soltou a notícia: R$ 53 milhões voando direto para o caixa do DEGASE. Não é pouca coisa, né? Dá pra comprar uns 53 mil ingressos pro Maracanã lotado – mas aqui a aposta é bem mais ousada.
O plano? Criar novas unidades pra atender a galera que tá no limbo da justiça juvenil. Segundo os dados que vazaram da secretaria, tem uns 200 adolescentes na fila, esperando uma vaga que nunca chega. E olha que eu duvido muito que esse número reflita a realidade – todo mundo sabe como essas estatísticas costumam ser "otimistas".
Onde o dinheiro vai parar?
Bom, a grana não vai sumir num buraco negro (pelo menos não deveria). A ideia é:
- Ampliar estruturas existentes (aquela velha história de reforma que nunca acaba)
- Criar novas unidades (só não pergunte onde, porque os detalhes são sempre nebulosos)
- Capacitar pessoal (alguém aí acredita em milagre?)
Um secretário que prefere não se identificar soltou a pérola: "É um investimento na ressocialização". Hmm... Já ouvi esse disco antes. Será que dessa vez vai tocar diferente?
A fila que não anda
Enquanto isso, nos bastidores, os defensores públicos tão fazendo malabarismo pra lidar com a superlotação. "Tem caso de adolescente que passa mais tempo na delegacia do que no DEGASE", me contou uma assistente social, esgotada. E não é difícil entender porquê – o sistema tá mais engarrafado que a Linha Vermelha na sexta-feira.
Ah, e não adianta achar que isso é problema só do poder público. Quando a gente fecha os olhos pra esses 200 nomes na lista de espera, o que tá realmente em jogo é o futuro de uma cidade inteira. Ou alguém aí acha que adolescente sem perspectiva vira flor?
O negócio é que dinheiro sozinho não faz verão. Jogar milhões num sistema que já nasceu com defeito é tipo colocar band-aid em fratura exposta. O que esses jovens precisam mesmo é de oportunidade – e isso, meus amigos, não se compra com nota de R$ 200.
