PM do Bope preso com celulares na cela por vazar operações para TH Joias
PM do Bope preso com celulares na cela

Policial do Bope preso com celulares na cela de presídio de PMs

A Polícia Militar realizou uma descoberta alarmante no presídio destinado a policiais militares em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Dois telefones celulares, dois chips, cabos USB e carregadores foram encontrados dentro da cela do policial Wallace Menezes Vargas Tobias, ex-integrante do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

O material foi apreendido no dia 15 de setembro, apenas 12 dias após a prisão do PM pela Polícia Federal. Tobias estava detido desde 3 de setembro, quando a PF deflagrou operação que prendeu também o ex-deputado Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias.

Rede criminosa infiltrada na polícia

De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF, Tobias integrava o núcleo operacional da quadrilha comandada por TH Joias. Sua função principal seria a segurança do então parlamentar e o vazamento de informações sobre operações policiais para o grupo criminoso.

Quando foi preso, o policial ainda integrava o Bope, unidade de elite da PM. A investigação indiciou outros dois policiais da ativa, um ex-PM e um delegado da própria Polícia Federal. Há suspeitas de que mais cinco policiais ainda façam parte da organização.

Crimes e consequências

Wallace Tobias foi indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes graves: integrar organização criminosa armada, violação de sigilo profissional, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O caso está sob responsabilidade do desembargador Macário Ramos Júdice Neto, da 1ª Seção Especializada do TRF da 2ª Região.

A posse dos equipamentos eletrônicos dentro da cela configura falta grave, o que resultou em isolamento de 10 dias para o policial preso. A PF acredita que os celulares seriam utilizados para:

  • Manter contato com outros integrantes da quadrilha
  • Coordenação da destruição de provas
  • Ameaçar ou influenciar testemunhas
  • Continuar a prática de crimes de dentro da prisão

O caso revela a infiltração de policiais em organizações criminosas e expõe falhas no sistema prisional destinado a próprios agentes de segurança. A defesa do policial Tobias foi procurada pelo g1, mas não se manifestou por não ter tido acesso completo ao processo.