WePink de Virginia paga R$ 5 mi após 120 mil reclamações
WePink pagará R$ 5 milhões por danos a consumidores

Marca de cosméticos assina acordo milionário com Ministério Público

A WePink, empresa de cosméticos da influenciadora digital Virginia Fonseca, formalizou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público de Goiás e aceitou pagar R$ 5 milhões em indenização por dano moral coletivo.

O acordo foi celebrado no dia 14 de novembro de 2025, na sede do MPGO em Goiânia, após a empresa se tornar alvo de uma ação civil pública motivada pelo volume extraordinário de reclamações de consumidores.

Problemas acumulados geraram milhares de queixas

Nos últimos dois anos, mais de 120 mil reclamações foram registradas contra a WePink no Procon-GO e em plataformas como o Reclame Aqui. Os principais problemas apontados pelos consumidores incluíam:

  • Atrasos prolongados nas entregas dos produtos
  • Dificuldades para obter reembolsos
  • Descumprimento de ofertas promocionais

Após análise detalhada das práticas comerciais da empresa, o Ministério Público concluiu que a WePink violou o Código de Defesa do Consumidor de forma sistemática.

Valor da indenização foi calculado com base em múltiplos fatores

O valor de R$ 5 milhões em indenização não foi arbitrado aleatoriamente. O cálculo considerou elementos específicos como:

O número expressivo de clientes afetados pelas irregularidades, a repetição constante das práticas consideradas abusivas, o uso estratégico da imagem de Virginia Fonseca para impulsionar vendas e o lucro obtido pela empresa através dessas condutas.

A indenização será paga em 20 parcelas de R$ 250 mil cada, com destinação ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor.

Empresa assume compromissos para mudar operação

Além do pagamento da indenização coletiva, a WePink assumiu várias obrigações no acordo. A empresa terá que reparar individualmente os consumidores que ainda não tiveram seus problemas resolvidos e devolver em dobro os valores pagos por clientes que comprovarem prejuízo financeiro.

As mudanças mais significativas afetam diretamente o modelo de negócios da empresa. A partir de agora, as campanhas de venda, incluindo as lives comandadas por Virginia Fonseca, só poderão ocorrer mediante comprovação de estoque ou capacidade real de produção e entrega.

A WePink fica expressamente proibida de vender produtos sem estoque disponível ou realizar pré-vendas sem informar claramente os prazos de fabricação e envio aos consumidores.

A empresa também deverá implementar um sistema de auditoria acessível tanto ao Ministério Público quanto aos consumidores, garantindo transparência em suas operações.

Representada por seus advogados, Virginia Fonseca e os demais sócios da WePink assinaram pessoalmente o termo de ajuste, assumindo publicamente a responsabilidade pelas falhas apontadas pelo poder público.