
Imagine só: primeiro dia no novo emprego, aquela expectativa, aquele nervosismo natural. Pois bem, para uma jovem funcionária de uma farmácia em São Paulo, essa experiência inicial se transformou num pesadelo de discriminação pura e simples. E olha que não estou exagerando nem um pouco.
O que era pra ser uma rotina normal de trabalho — atendimento ao público, aquela coisa corriqueira — virou palco para uma cena deplorável. Um cliente, aparentando estar inconformado com algo, simplesmente solta: "você tem que me atender porque eu pago seu salário". Sério mesmo? Que absurdo!
Mas não para por aí. O indivíduo — que deveria ser tratado como suspeito, diga-se de passagem — ainda complementa com mais uma pérola de ignorância: "volta para a senzala". Sim, você leu certo. Em pleno 2023, ainda temos que testemunhar esse tipo de violência verbal.
E sabe o que é mais revoltante? A funcionária, visivelmente constrangida, mantém a postura profissional. Mas a humilhação foi registrada em vídeo — que obviamente viralizou — e agora serve como prova incontestável do crime.
O after do acontecido: a reação
Depois do ocorrido, a situação tomou proporções maiores. A rede de farmácias emitiu uma nota repudiando veementemente o caso — como aliás, era mais do que obrigatório. Afirmaram que não toleram discriminação e que estão prestando todo o suporte necessário à colaboradora.
Além disso, óbvio, comunicaram que tomaram as providências legais cabíveis. Ou seja, o caso foi parar na delegacia. Agora é aguardar desdobramentos — torcendo, é claro, para que a justiça seja feita.
E não é só isso: o vídeo, que circulou nas redes sociais, gerou uma comoção generalizada. Pessoas de todos os cantos manifestaram solidariedade à moça — porque ninguém merece passar por isso, ainda mais no ambiente de trabalho.
Reflexão necessária: o racismo estrutural no Brasil
Infelizmente, episódios como esse não são isolados. Eles escancaram uma ferida social que ainda sangra: o racismo entranhado na sociedade. É inacreditável que, em pleno século XXI, ainda existam pessoas que se sintam no direito de inferiorizar outras pela cor da pele.
E olha, não me venham com "mas foi só uma brincadeira". Não foi. Injúria racial é crime, previsto em lei. E a dor que isso causa — ah, isso ninguém mede.
O caso da farmácia é só mais um exemplo de muitos que acontecem diariamente, muitas vezes sem registro, sem testemunhas, sem repercussão. E é por isso que é importante falar sobre isso, dar visibilidade, não deixar que passe em branco.
Esperamos que a funcionária encontre amparo — tanto jurídico quanto emocional — e que o agressor seja responsabilizado. Porque silêncio, nesses casos, é conivência.