Violência em MS: Líder Guarani Kaiowá e mais 10 indígenas baleados em área de retomada
Líder Guarani Kaiowá e 10 indígenas baleados em MS

Uma nova onda de violência atingiu comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul, deixando um saldo de 11 pessoas feridas após serem atingidas por tiros durante um conflito em área de retomada. Entre os feridos está um representante oficial dos Guarani Kaiowá, em um episódio que reacende o alerta sobre a segurança dos povos originários no estado.

O que aconteceu no conflito

O incidente ocorreu na última sexta-feira (18) em uma área rural do município de Caarapó, região sul de Mato Grosso do Sul. Segundo relatos, o conflito se iniciou quando um grupo de indígenas ocupava uma área considerada por eles como território tradicional.

Testemunhas afirmam que homens armados chegaram ao local e iniciaram os disparos contra a comunidade, resultando em múltiplos feridos. Entre as vítimas está um líder reconhecido dos Guarani Kaiowá, que atua como representante legal do povo em negociações com órgãos governamentais.

Estado de saúde dos feridos

Os feridos foram levados para unidades de saúde da região. As informações preliminares indicam que:

  • Dois indígenas apresentam ferimentos considerados graves
  • Nove pessoas tiveram ferimentos leves a moderados
  • O líder Guarani Kaiowá está entre os que sofreram ferimentos menos graves
  • Todos recebem atendimento médico adequado

Contexto das retomadas

As chamadas "retomadas" são ações organizadas por comunidades indígenas para reocupar territórios que consideram como parte de seu patrimônio ancestral. Em Mato Grosso do Sul, esses movimentos frequentemente resultam em tensões e conflitos com proprietários rurais e seguranças particulares.

"Esta não é uma situação isolada, mas parte de um padrão recorrente de violência contra nossos povos", declarou uma fonte ligada ao movimento indígena que preferiu não se identificar.

Reações e investigações

As autoridades já foram acionadas e investigam o caso. A Polícia Civil confirmou a abertura de inquérito para apurar as circunstâncias do ataque e identificar os responsáveis pelos disparos.

Organizações de direitos humanos e entidades indigenistas manifestaram preocupação com o aumento da violência contra comunidades tradicionais no estado e cobram medidas de proteção mais efetivas por parte do governo federal e estadual.

Este episódio ocorre em um momento de crescente tensão em torno da demarcação de terras indígenas na região, com diversos processos judiciais em andamento que envolvem disputas territoriais entre comunidades indígenas e produtores rurais.