
Imagine a cena: uma noite qualquer no interior mato-grossense, o silêncio do campo quebrado por vozes alteradas e o som seco de armas sendo engatilhadas. Foi assim que começou o pesadelo naquela propriedade rural de Alto Garças, a uns 130 km de Cuiabá.
Dois homens — que pareciam saber exatamente o que estavam fazendo — invadiram a fazenda armados até os dentes. Não eram amadores, isso era claro. Eles renderam um funcionário e sua esposa, numa daquelas situações que fazem seu sangue gelar só de pensar.
O momento do confronto
Mas eis que surge uma reviravolta digna de filme. O proprietário, cujo nome ainda não foi divulgado, chegou no local no exato momento em que o crime acontecia. E não pensou duas vezes.
O que se seguiu foi um tiroteio intenso, daqueles que ecoa pela madrugada e deixa marcas. Quando a poeira baixou, um dos assaltantes — identificado depois como Rodrigo Alves Ferreira, de 28 anos — estava morto. O outro... bem, esse conseguiu fugir, desaparecendo na escuridão como um fantasma.
Os reféns, ainda em choque, mas incrivelmente ilesos. Livres. Vivos.
As consequências do ato
Agora vem a parte complicada. O fazendeiro, que agiu por instinto de proteção, se apresentou espontaneamente na delegacia. Trouxe a arma que usou — legalmente registrada, diga-se de passagem. O caso está sendo tratado como legítima defesa, mas a investigação segue a todo vapor.
Os peritos do IC trabalharam no local até o amanhecer, coletando cada evidência, cada projétil, cada pegada. A Polícia Judiciária Civil assumiu as investigações, tentando descobrir de onde vinham esses criminosos e — principalmente — localizar o que fugiu.
É daquelas situações que te fazem pensar: até onde você iria para proteger o que é seu? Para salvar quem depende de você?
O clima na região segue tenso. Os moradores falam em aumento da criminalidade rural, no medo que se instalou. Mas também há um certo sentimento de... alívio? De que alguém teve coragem de enfrentar o perigo de frente.
Enquanto isso, o fazendeiro aguarda o desfecho legal de seu ato. Herói para uns, justiceiro para outros — a linha é tênue quando a vida real resolve imitar o faroeste.