
O placar da história virou de forma irrevogável nesta quinta-feira. A Primeira Turma do STF – aquela mesma que já vinha dando mostras de que não ia passar a mão na cabeça de ninguém – acabou de condenar Jair Bolsonaro a uma sentença que vai ecoar por décadas: 27 anos e 3 meses de prisão. Não é pouco. Nem poderia ser.
O núcleo da condenação? A tentativa de golpe de estado – aquela movimentação obscura pós-eleições de 2022 que deixou o país com o coração na mão. Mas a lista de transgressões não para aí. Longe disso. O ex-presidente também foi considerado culpado por mais quatro crimes, incluindo fraude no sistema eleitoral e incitação ao caos institucional.
Os crimes que abalaram o Brasil
Parece até roteiro de filme, mas foi pura – e dura – realidade. A investigação mostrou que Bolsonaro não agiu sozinho. Teve aliados, assessores, gente que deveria zelar pela lei e preferiu atropelá-la. A trama incluía desde reuniões sigilosas até a divulgação de informações falsas com um objetivo claro: semear dúvida e desestabilizar.
- Tentativa de golpe de estado
- Fraude eleitoral
- Incitação pública contra as instituições democráticas
- Uso indevido de poder político
- Corrupção ativa
Não foi um deslize. Foi um projeto.
O voto dos ministros: unânime?
Quem esperava divisão ou impasse se surpreendeu. O consenso entre os ministros foi quase total – e isso diz muito. A relatora, Cármen Lúcia, foi incisiva: chamou os atos de "ataque frontal à democracia". E os outros? Seguiram o mesmo tom. Não havia como negar as evidências. Estavam todas lá: gravações, documentos, testemunhas.
Um dos pontos altos – ou baixos, dependendo de onde você está – foi a reconstituição do encontro com embaixadores, no qual Bolsonaro distorceu dados sobre as urnas eletrônicas. Foi ali, pra muitos, que a linha foi cruzada.
E agora, o que vem pela frente? Recursos, claro. A defesa já anunciou que vai brigar até o fim. Mas uma condenação dessa magnitude pelo STF não é algo que se reverta com um estalar de dedos. O caminho é longo, e a pressão pública, imensa.
Enquanto isso, o Brasil respira. Não de alívio completo – porque o tema ainda divide e machuca –, mas com a sensação de que a Justiça, ainda que tardia, chegou. E chegou pesando a mão.