PT quase boicota verba de R$ 30 bi para Forças Armadas no Congresso
PT tenta desviar verba das Forças Armadas no Congresso

O Partido dos Trabalhadores esteve perto de boicotar um socorro financeiro crucial para as Forças Armadas brasileiras, aprovado pelo Congresso Nacional em novembro de 2025. O episódio revela mais um capítulo da tensão entre o governo petista e os militares.

O que aconteceu na votação

No início de novembro de 2025, após intensa negociação do ministro da Defesa José Múcio, o Congresso aprovou um projeto que garantiu R$ 30 bilhões em investimentos para as Forças Armadas nos próximos seis anos. A votação ocorreu em um momento crítico para a área militar, que enfrentava falta de recursos até para manter operações básicas.

Em reunião sobre a liberação de recursos, o próprio ministro Múcio admitiu que não havia verba sequer para manter a frota de aviões oficiais em funcionamento. A proposta aprovada, embora considerada insuficiente para atender todas as necessidades de defesa do país, representava o possível dentro do contexto orçamentário.

A tentativa de boicote do PT

Quase no final da votação na Câmara dos Deputados, o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma emenda que pretendia desviar 10% dos recursos aprovados para as Forças Armadas. O parlamentar queria redirecionar esse montante para financiar a "Estratégia Nacional de Enfrentamento ao Crime Organizado".

A manobra do petista, no entanto, foi rejeitada pela oposição na Câmara, que impediu o boicote aos recursos militares. A tentativa ocorreu em um contexto onde a atual gestão petista nunca escondeu seu distanciamento em relação aos projetos estratégicos em curso nas forças armadas.

Consequências e reações

O caso deixou os militares furiosos, que levaram suas queixas diretamente ao presidente Lula. A insatisfação das Forças Armadas com a tentativa de desvio de recursos soma-se ao histórico de atritos entre o governo e os militares.

Entre os projetos mais prejudicados pelo apagão financeiro das Forças Armadas está o programa do caça Gripen, considerado estratégico para a defesa nacional. Apesar das reclamações dos militares, não há indicações de que a gestão petista tomará medidas para reparar a situação.

A proposta de Múcio sempre foi garantir um espaço definitivo no orçamento da União para investimentos em defesa, especialmente diante da nova corrida armamentista global que desafia a soberania dos países. O episódio com a emenda de Lindbergh Farias demonstra que essa batalha orçamentária está longe de terminar.