
Parece cenário de filme, mas é a pura realidade: a Polícia Federal acaba de desbaratar um esquema de fazer inveja a qualquer roteirista de Hollywood. Só que, infelizmente, a trama era bem real – e lesava você, contribuinte.
Numa operação de larga escala batizada de 'Resguardo', desencadeada nesta quinta-feira (12), os federais puseram a mão numa verdadeira fortuna. Estamos falando de uma Ferrari vermelha de arrebentar o coração, uma Porsche Cayenne, uma Toyota SW4 e até uma Harley-Davidson. Só de relógios de luxo (Rolex e Tag Heuer, para ser mais exato), foram nove unidades apreendidas. Dinheiro vivo? Quase R$ 200 mil em espécie, encontrado escondido em… lugares criativos.
O alvo? Um grupo especializado em fraudar benefícios do INSS, principalmente auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. A artimanha era complexa: eles forjavam laudos médicos e documentos para pessoas que, pasme, nem precisavam de tal ajuda. O prejuízo aos cofres públicos? Ainda está sendo calculado, mas os valores são estratosféricos, correndo na casa dos milhões.
O modus operandi que enganou o sistema
Como será que essa galera operava? A investigação, que já rola há tempos em sigilo, aponta que os criminosos agiam em várias frentes. De um lado, profissionais da saúde com o caráter um tanto quanto flexível. De outro, servidores públicos que deveriam proteger o dinheiro, mas que resolveram desviá-lo. Juntos, formavam uma rede sinistra.
Eles identificavam pessoas que poderiam se 'beneficiar' dos esquemas – muitas vezes, coitadas, nem sabiam que estavam sendo usadas como laranjas. Com documentos falsificados e laudos mentirosos, os benefícios eram liberados. Uma parte ficava com o 'falso segurado', outra era repassada para os organizadores da farra. Uma farra que, diga-se, era bancada com o suor do trabalhador brasileiro.
O que a PF apreendeu?
- 1 Ferrari (um modelo para poucos, é claro)
- 1 Porsche Cayenne
- 1 Toyota SW4
- 1 moto Harley-Davidson
- 9 relógios de alta relojoaria (marcas como Rolex e Tag Heuer)
- R$ 198.550,00 em dinheiro vivo
- Diversos documentos e celulares
Os mandados foram cumpridos em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal. A justiça determinou o bloqueio de valores em contas bancárias e a suspensão de exercício de cargo público para alguns investigados. Agora, eles respondem pelos crimes de formação de quadrilha, fraudes contra a previdência e lavagem de dinheiro. Se condenados, a cela – e não a Ferrari – será seu novo endereço.
É revoltante, não é? Enquanto muitos brasileiros lutam na fila do INSS por um direito legítimo, uma minoria esperta – para não dizer outra coisa – acha que o país é sua fazenda particular. Esta operação é um sinal claro de que a justiça está de olho. Mas é só a ponta do iceberg? Só o tempo – e as investigações – dirão.